TRI explicado: como o ENEM decide a sua nota de verdade

A nota do ENEM é, muitas vezes, motivo de dúvida entre os estudantes. Isso acontece porque a sua avaliação considera a dificuldade e as características específicas de cada questão na hora de calcular os resultados. Para tanto, o ENEM utiliza a Teoria de Resposta ao Item, conhecida como TRI.

O que é a Teoria da Resposta ao Item (TRI)

Diferentemente das avaliações comuns, em que as notas são calculadas de 0 a 10 a partir da soma dos acertos das questões corretas, o modelo de Teoria da Resposta ao Item (TRI) não leva em consideração somente o número de acertos, mas também a qualidade das questões acertadas.

Esse método permite uma medição de conhecimento muito mais coerente, verificando a proficiência do estudante em determinada área do conhecimento a partir de um perfil de respostas em relação ao conjunto de itens da prova.

Assim, o ENEM busca verificar se candidatos que acertaram o mesmo número de questões, mas a partir de questões diferentes, possuem o mesmo nível de conhecimento. Dessa forma, o exame visa garantir que questões acertadas por acaso (“no chute”) não tenham o mesmo peso de acerto em relação ao candidato que mostrou que realmente dominava aquele conhecimento.

Para tanto, o modelo matemático da TRI usado no ENEM considera três parâmetros distintos.

Parâmetros da TRI

1. Parâmetro de discriminação: mede o quanto a questão diferencia quem sabe do conteúdo de quem não sabe.
2. Parâmetro de dificuldade: indica o quão difícil é a questão. Valores maiores significam maior dificuldade. Uma boa prova tem questões fáceis, médias e difíceis.
3. Parâmetro de acerto casual: mostra a chance de acertar a questão por sorte, sem realmente saber a resposta (comum em múltipla escolha).

Cálculo da nota

A partir dos parâmetros do TRI, estabelece-se um valor em função do número de seus acertos. A sua nota, então, será colocada em uma escala de proficiência. Essa escala será igual para todos os candidatos.

Assim, um valor de referência médio entre os candidatos será estabelecido. Do lado mais baixo da régua, ficarão as questões a serem consideradas fáceis, e do lado mais alto, as questões difíceis.

Ao posicionar a sua nota na escola, é possível verificar quais habilidades o candidato domina. No exemplo, o candidato domina as habilidades das questões 15, 18 e 45.

Por isso, cada questão é cuidadosamente elaborada para que um mapa de habilidades seja traçado e ajude a desenvolver a régua pedagógica que auxiliará na construção da sua nota.

Assim, é possível estabelecer questões com maior ou menor grau de dificuldade. Por conta dos parâmetros da TRI, candidatos que acertaram questões mais difíceis, mas erraram questões fáceis, podem ter a mesma nota de candidatos que acertaram somente as questões fáceis.

Isso acontece porque o desvio padrão dos modelos matemáticos busca atribuir peso diferente para questões que foram acertadas “no chute”. Trata-se do parâmetro de acerto casual.

Anote a dica!

Nenhum candidato tem a sua nota diminuída por acertar uma questão no chute, no entanto, ela deixa de ter tanto valor, uma vez que o acerto foge da coerência pedagógica e dos níveis de habilidades esperados. O Inep orienta, assim, a sempre responder às questões e nunca deixar questões em branco, pois questões em branco são lidas como erradas.

Por isso, para maximizar o seu desempenho, além de não deixar nenhuma questão em branco, é importante ler cada enunciado com muita atenção para tentar identificar o sentido do comando e prestar muita atenção nos distratores. Eles são feitos para distrair!

Mínimo e máximo

O ENEM estabelece notas mínimas e máximas em cada área do conhecimento. Essas notas irão variar de ano para ano.

Os valores máximos, então, não variam de 0 a 1000, mas dos limites estabelecidos a partir da análise de cada uma das questões. Os valores mínimos e máximos não dependem do candidato, mas das questões utilizadas na prova.

Ingresso na faculdade

Vale lembrar que cada faculdade tem suas regras próprias para utilização da nota do ENEM. De tal modo, as diferentes áreas do conhecimento podem ter pesos distintos na hora de sua aplicação para uma vaga em uma universidade.

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