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Thomas Hobbes (teórico do absolutismo)

Lucas Pereira
Lucas Pereira
Professor de História

Thomas Hobbes (1588 - 1679) foi um importante filósofo político, visto como um dos teóricos do absolutismo.

Nascido na Inglaterra, ele ficou conhecido por defender ideias que justificariam o poder do Rei, especialmente em sua obra mais conhecida, "O Leviatã".

Hobbes também ficou conhecido por defender ideias importantes, como o contratualismo e o direito de rebelião.

Vida e obras de Thomas Hobbes

Thomas Hobbes nasceu em 1588, em Westport, na Inglaterra.

Oriundo de uma família de classe média baixa, Hobbes ingressou na Universidade de Oxford aos 14 anos, onde estudou lógica e física aristotélica.

Após se formar, tornou-se tutor de famílias aristocráticas, o que lhe permitiu viajar pela Europa e entrar em contato com importantes pensadores de sua época.

Ao longo de sua vida, acompanhou importantes tensões políticas na Inglaterra. Essas tensões ocorriam devido a conflitos religiosos e também da disputa entre parlamento e o rei sobre os limites de atuação do monarca.

Hobbes acompanhou e comentou os eventos da Revolução Inglesa no século XVII. Durante a Guerra Civil Inglesa (1642-1651), Hobbes chegou a se exilar na França por temer perseguições devido às suas ideias políticas.

Sua principal obra é “O Leviatã”, publicado em 1651. Também escreveu outros textos importantes, como "Do Cidadão" (1642) e "Behemoth" (1668), além de trabalhos sobre matemática e física.

A obra "O Leviatã"

O Leviatã é a mais famosa obra de Thomas Hobbes. Nela, o autor desenvolve os pontos mais importantes de sua filosofia política.

Uma das principais ideias desenvolvidas nessa obra ficou ligada à frase "o homem é o lobo do homem". Isso significa que Hobbes considerava que o homem era naturalmente egoísta e possessivo, e que tais características colocavam em risco o próprio ser humano em sociedade.

Para o filósofo, no estado de natureza - isto é, sem governo - os homens viveriam em constante guerra de todos contra todos.

Buscando limitar tais impulsos da natureza humana e garantir a ordem pública, Hobbes defende que o Estado deveria existir como um freio a tais características destrutivas.

Em outras palavras, o Estado surgiria a partir da necessidade dos homens em ordenar a vida em sociedade. O poder do governo seria aceito pela população, como se fosse uma espécie de contrato feito com o governante.

Segundo esse raciocínio, o povo transferia para o soberano o direito de governo em troca da ordem, da segurança e também do direito à propriedade. O soberano deveria ter poder absoluto, pois um poder limitado não conseguiria conter os impulsos destrutivos humanos.

Por outro lado, apesar de lembrado como um teórico do Absolutismo, Hobbes também reconhecia em sua obra o direito de rebelião. Caso o bem do povo não fosse garantido pelo soberano, a rebelião popular seria legítima, já que o contrato social teria sido quebrado pelo próprio governante.

Vale destacar que o nome da obra é o mesmo de um monstro marinho citado na Bíblia, onde representa uma criatura poderosa e incontrolável.

Hobbes escolheu essa figura bíblica para nomear seu livro porque, assim como o Leviatã, o Estado deveria ser uma força poderosa e temível.

Esse Estado agiria como um "Deus mortal, ao qual devemos, sob o Deus imortal, nossa paz e nossa defesa". Ou seja, uma autoridade suprema na Terra, responsável por garantir a ordem e proteger os cidadãos.

Legado de Thomas Hobbes

As ideias de Thomas Hobbes tiveram profunda influência na filosofia política moderna e provocaram intensos debates em seu tempo.

Sua teoria do contrato social inspirou pensadores posteriores como John Locke e Jean-Jacques Rousseau, embora estes tenham desenvolvido visões diferentes sobre a natureza humana e o papel do Estado.

Em sua época, as ideias de Hobbes foram polêmicas. Alguns o criticavam por justificar o absolutismo, especialmente durante um período em que a Inglaterra passava por transformações políticas que limitavam o poder real.

Por outro lado, seus defensores viam em sua obra uma resposta racional aos conflitos civis que assolaram a Inglaterra no século XVII.

O legado hobbesiano permanece vivo na política moderna. Sua visão pessimista da natureza humana e a necessidade de um Estado influenciaram o desenvolvimento do pensamento político ocidental.

Conceitos como soberania, contrato social e legitimidade do poder político continuam centrais nos debates contemporâneos sobre o papel do Estado e os limites da autoridade governamental.

Saiba mais sobre o Absolutismo.

Referências Bibliográficas

FREITAS NETO, José Alves de e TASINAFO, Célio Ricardo. História Geral e do Brasil. São Paulo: Harbra, 2006.

MICELI, Paulo. História Moderna. São Paulo: Contexto, 2019.

VAINFAS, Ronaldo [et al.]. História – Volume Único. São Paulo: Saraiva, 2014.

Lucas Pereira
Lucas Pereira
Bacharel e Licenciado em História pela Universidade Estadual de Campinas (2013), com mestrado em Ensino de História pela mesma instituição (2020). Atua como professor de História na educação básica e em cursos pré-vestibulares desde 2013. Desde 2016, também desenvolve conteúdos educativos na área de História.