Sensoriamento remoto: o que é e como funciona
O sensoriamento remoto é um conjunto de técnicas que permite a obtenção de imagens da superfície terrestre sem a necessidade de contato direto, ou seja, à distância.
Sensoriamento vem da palavra "sensor", ou seja, um dispositivo que possui certa sensibilidade. Esse sensor é capaz de captar o índice de reflectância, ou seja, a radiação eletromagnética emitida pelos objetos terrestres.
Significa dizer que cada objeto da superfície (plantas, construções, áreas de solo exposto, lagos, etc.) emite uma quantidade diferente de radiação eletromagnética. O sensor, então, capta essas ondas que são processadas e transformadas em imagens.
Os sensores podem estar acoplados em satélites, drones, aviões, dentre outros equipamentos. Isso permite a obtenção de imagens de grandes áreas e locais de difícil acesso, como florestas ou zonas polares, por exemplo.
Além disso, é possível captar imagens da mesma região ao longo de um determinado período. Isso possibilita a comparação da área e auxilia em estudos dos mais diversos tipos.

Tipos de sensoriamento remoto
Sensoriamento Passivo
É o tipo mais comum, que utiliza a luz do Sol. Como dito anteriormente, cada objeto emite uma quantidade diferente de radiação eletromagnética, que é medida pelo sensor e transformada em imagem.
O satélite brasileiro, Landsat e o chinês, CBERS, utilizam esse tipo de sensoriamento para obter imagens. Além disso, as fotografias áreas também utilizam o mesmo sistema.
Esse tipo de sensoriamento possui algumas limitações. Como utiliza a luz solar, o sistema não funciona bem à noite, limitando o tempo de trabalho. Além disso, as nuvens podem atrapalhar, já que bloqueiam a luz solar.
Sensoriamento Ativo
No caso do sensoriamento ativo, o próprio sensor emite um sinal (laser ou micro-ondas) em direção à superfície da Terra, e depois faz o processo de captura de imagens.
O radar SAR (Synthetic Aperture Radar) e o LIDAR (Light Detection and Ranging) são exemplos desse tipo de sensoriamento.
Existem algumas vantagens desse tipo de sensoriamento. Por exemplo, a capacidade de atravessar nuvens, fumaça ou áreas densas, além de regiões com muita nebulosidade. Esse tipo também é capaz de funcionar tanto de dia quanto à noite.
Usos e importância
Os produtos do sensoriamento remoto podem ser utilizados em diversas frentes e possuem grande importância atual. Veja a seguir alguns exemplos.
Monitoramento ambiental
O sensoriamento remoto é amplamente utilizado para monitorar questões ambientais, especialmente em áreas de difícil acesso. Na Amazônia, por exemplo, além das dificuldades de se chegar por terra, existe também a questão da violência em algumas regiões. A utilização das imagens remotas torna possível avaliar desmatamento e queimadas nessa área.
Áreas como o Pantanal e o Cerrado também são comumente monitoradas através do sensoriamento remoto.
Além disso, mudanças climáticas também podem ser acompanhadas pelas imagens do sensoriamento. Derretimento das calotas polares, aumento da temperatura dos oceanos, alterações da cobertura vegetal e dos níveis do mar, dentre outras.
Desastres ambientais
A produção de imagens remotas permite rapidez e reconhecimento das áreas nas quais, muitas vezes, o acesso está impedido ou bloqueado. O uso do sensoriamento remoto é importante e necessário em casos como enchentes, deslizamentos, queimadas, dentre outros.
A partir disso, é possível compreender a potência e a extensão do desastre e mobilizar a quantidade certas de recursos para socorrer o local.
Agricultura de precisão
O sensoriamento remoto é uma das ferramentas utilizadas na agricultura de precisão. Como o nome sugere, esse tipo de agricultura é voltada para o melhor aproveitamento de cada etapa da produção e para evitar perdas de recursos.
Os latifúndios têm como objetivo a alta produtividade. Para isso precisam monitorar o passo a passo da produção. Nesse sentido, é mais complicado avaliar a lavoura percorrendo toda a extensão do terreno. As imagens remotas são essenciais para otimizar esse processo. Através delas é possível acompanhar as plantações, prever o momento da colheita, identificar áreas-problema (que precisam de irrigação ou adubo, por exemplo).
Gestão urbana
As áreas urbanas, especialmente nas grandes metrópoles, sofrem bastante com a falta de planejamento e o crescimento desordenado. São áreas extensas da cidade que necessitam de monitoramento e avaliações.
Através do sensoriamento remoto é possível mapear áreas da cidade que precisam de maior atenção. Por exemplo, construções em áreas de risco (encostas de morros ou proximidades de rios e córregos), crescimento irregular e desordenado e questões ambientais.
Aproveite para praticar com exercícios sobre sensoriamento remoto (com gabarito).
Estude mais sobre Geografia no Enem: assuntos que mais caem.
Referências Bibliográficas
ANDERSON, M. C.; PUETTMANN, K. J. Fundamentos de sensoriamento remoto e suas aplicações ambientais. In: JENSEN, J. R. Sensoriamento remoto do ambiente: uma perspectiva em recursos terrestres. São Paulo: Parêntese, 2009. Cap. 1, p. 3–36.
CÂMARA, G.; MONTEIRO, A. M. V. Geoinformação em sensoriamento remoto. São José dos Campos: INPE, 2001.
NOVO, E. M. L. M. Sensoriamento remoto: princípios e aplicações. 3. ed. São Paulo: Blucher, 2010.
Sensoriamento remoto: o que é e como funciona. Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/sensoriamento-remoto/. Acesso em: