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Redes geográficas: o que são e como funcionam (com exemplos)

Redes são conjuntos de conexões compostas por fluxos que organizam o território. São essenciais no mundo globalizado. Através delas é possível a movimentação de fluxos financeiros, de pessoas, de mercadorias, de transportes, e até mesmo de ideias.

Uma rede é composta pelos fluxos, nós e pela malha. Os fluxos são os elementos que circulam pela rede. Os nós são os pontos de encontro dentro das redes. E a malha é o conjunto de conexões, redes e nós.

Um exemplo simples é pensar numa rede ferroviária. Para que os trens circulem pelas redes é preciso que haja plataformas onde os passageiros embarquem e desembarquem. As plataformas seriam os nós, os trens em movimento, a rede, e toda a estrutura ferroviária seria a malha.

Outro exemplo é a rede financeira. O dinheiro que circula (seja real ou virtual) seria o fluxo. As instituições financeiras, agências bancárias (inclusive virtuais) e bolsa de valores seriam os nós da rede. A malha seria o conjunto das transações com as instituições.

Esquema ilustrado de redes e seus componentes
Esquema ilustrado de redes e seus componentes.

Tipos de rede

As redes podem ser dos mais variados tipos. Dentre os tipos mais importantes atualmente, estão:

  1. Comunicação: facilitam o fluxo de informações. Dentro dela estão as redes sociais, a televisão, a internet, os satélites, a telefonia, etc.;
  2. Transportes: permitem o fluxo de pessoas e mercadorias. Por exemplo, a rede ferroviária, rodoviária, hidroviária e aeroviária;
  3. Energia: geram e distribuem a energia. Por exemplo, as linhas de transmissão por onde a energia passa;
  4. Urbanas: conexões entre cidades. A rede urbana conecta diferentes cidades, com importâncias distintas, formando assim a hierarquia urbana;
  5. Migratórias: fluxos de pessoas. Redes de deslocamento de pessoas por motivos socioeconômicos, políticos e até mesmo ambientais;
  6. Comércio: agrupa os mercados, as cadeias produtivas, as multinacionais e os fluxos financeiros.

Redes e o espaço geográfico

As redes modificam e são modificadas pelo espaço geográfico. Modificam porque têm impactos diretos na organização territorial de um local. Além disso, locais com mais redes tendem a se desenvolver mais. São modificadas pelo espaço porque ele não é neutro. Suas características físicas, ambientais, políticas e sociais também impactarão em como as redes se instalam e funcionam.

Podem integrar territórios, conectando lugares, mercados e pessoas. Ao mesmo tempo, a sua falta pode criar desintegração dos territórios e isolamento geográfico. Portanto, as redes agem como influenciadoras do espaço, aumentando ou reduzindo desigualdades.

As redes se sobrepõem no espaço geográfico. Por exemplo, uma pessoa utilizando o metrô para se deslocar e ao mesmo tempo utilizando uma rede social em seu celular. Nessa situação existe a rede de transporte, a de energia, a social e a rede de pessoas. Todas ao mesmo tempo.

No mundo globalizado as redes não são restritas à escala local ou regional. São nacionais, internacionais e transcontinentais. Elas reduzem tempo e distâncias. As redes de comércio são um ótimo exemplo disso. É possível fazer uma encomenda simples do outro lado do mundo e recebê-la em casa de forma rápida.

Redes e fronteiras

As fronteiras são limites físicos e territoriais entre países. Através delas é delimitada a soberania de um país. A relação entre fronteiras e redes é dúbia. Ao mesmo tempo em que as redes podem atravessar fronteiras, as fronteiras podem dificultar ou controlar o fluxo das redes.

As redes podem romper fronteiras, como é o caso de voos internacionais ou dos cabos de internet que atravessam continentes. Porém, é importante lembrar que elas rompem fronteiras, mas a soberania do país se mantém. Os voos internacionais, por exemplo, possuem controle de passageiros, os cabos de internet precisam de autorizações para serem instalados.

As fronteiras podem dificultar fluxos quando existem barreiras alfandegárias, controle imigratório ou até mesmo bloqueio de plataformas digitais (como no caso da China).

Pode ocorrer também uma terceira situação, onde a fronteira torna-se zona de integração por causa dos fluxos. Por exemplo, cidades muito próximas (mesmo que transfronteiriças) podem ter grande troca de fluxos por causa da sua proximidade geográfica. Por exemplo, as cidades de Foz do Iguaçu, no Brasil, e Ciudad del Este, no Paraguai.

Mapa mental

Mapa mental de redes

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Referências Bibliográficas

CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. 15. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2018.

CORRÊA, Roberto Lobato. Território, espaço, tempo: uma introdução à Geografia. 10. ed. São Paulo: Ática, 2011.

SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. 4. ed. São Paulo: Edusp, 2006.

SANTOS, Milton. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. 19. ed. Rio de Janeiro: Record, 2009.