Queimadas na Amazônia: causas e consequências (com dados atuais)

As queimadas na Amazônia são processos de combustão, geralmente iniciados por ação humana. As queimadas naturais na região Amazônica são raríssimas, por causa de sua vegetação úmida.

A queima ocorre em vegetação já desmatada ou natural, com o objetivo de "limpar" as áreas para outras atividades. Essas atividades geralmente consistem em agropecuária, mineração ou grilagem de terras. Por ser uma técnica rápida e barata, as queimadas são comumente utilizadas na região.

O bioma Amazônia sofre com diversos problemas ambientais e as queimadas são uma causa importante da sua degradação. As queimadas geram problemas não só no momento do incêndio, como a poluição atmosférica, mas também empobrecem o solo, que leva muito tempo para se recompor de forma natural.

Neste conteúdo você encontra:

• Causas das queimadas na Amazônia
• Impacto das queimadas
• Dados sobre as queimadas

Causas das queimadas na Amazônia

As queimadas na Amazônia ocorrem por diversos fatores, dentre os principais:

• Desmatamento: é a principal causa. O material restante após o desmatamento (como troncos e galhos) é queimado para deixar a área "limpa", abrindo espaço para agropecuária ou grilagem de terras.
• Uso tradicional do fogo: algumas comunidades tradicionais mantêm a prática de utilizar o fogo para renovar pastagens e limpar roçados, podendo causar queimadas acidentais.
• Condições climáticas: secas prolongadas e altas temperaturas tornam a vegetação mais vulnerável às queimadas. Mesmo que a Amazônia seja composta em boa parte por florestas úmidas, o desmatamento cria áreas de solo exposto e matagal, que facilitam o alastramento do fogo.
• Expansão agropecuária: ligada ao desmatamento. As áreas queimadas tornam-se pastagens para criação de gado ou plantação de soja e outras monoculturas.
• Grilagem de terras: os invasores desmatam e queimam a área, ocupando ilegalmente a terra.

A falha na fiscalização também é um elemento importante para o crescimento das queimadas.

Impactos das queimadas

Os impactos ambientais derivados das queimadas são intensos e de longo tempo de recuperação. Os principais são:

• Perda de biodiversidade: as queimadas destroem a vegetação e, em consequência disso, acabam também com o habitat de diversas espécies de animais endêmicos.
• Empobrecimento do solo: o fogo aniquila os nutrientes presentes no solo, tornando-o pobre ou, as vezes, totalmente infértil.
• Aumento das emissões de CO₂: as queimadas emitem grandes quantidades de gases estufa, gerando poluição local e regional, e agravando o aquecimento global.
• Alterações no ciclo das águas: com menos vegetação, há uma redução de umidade no ar e, consequentemente, modifica a evaporação e a precipitação local.

As queimadas também geram impactos socioeconômicos importantes sobre a população local, e também de forma global.

A saúde das populações locais (principalmente crianças e idosos) é afetada pela fumaça. Isso gera aumento de internações hospitalares e maior gasto da saúde pública no cuidado com os pacientes.

As queimadas afetam comunidades tradicionais e povos indígenas, pois são grupos mais vulneráveis e que dependem diretamente do que a terra lhes oferta.

Por causa das queimadas, outros países também podem boicotar produtos brasileiros. Isso afeta as exportações e a balança comercial do país. Além disso, o não cumprimento de metas ambientais também pode afetar acordos comerciais e investimentos estrangeiros.

Dados sobre as queimadas

Ao longo do ano de 2024, a Amazônia foi o bioma mais afetado por queimadas. De todas as áreas queimadas no Brasil, a Amazônia corresponde a 58% do total. Só no mês de dezembro de 2024 foram queimados mais de 1 milhão de hectares.

Mesmo com a quantidade de chuvas abaixo da média, a maior causa das queimadas na região é a ação antrópica.

Além disso, 68% da área queimada localizava-se em espaços de vegetação nativa, o que torna a perda de biodiversidade ainda maior.

Houve uma queda no percentual de queimadas no primeiro semestre de 2025. A Amazônia apresentou redução de 75,4% em territórios alcançados pelo fogo.

Ao mesmo tempo, o desmatamento aumentou 92% na Amazônia (comparando maio de 2024 e maio de 2025). Esse desmatamento está diretamente ligado às mudanças climáticas, que alteram o regime de chuvas, e às queimadas.

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