Modernização do campo

Modernização do campo é o processo de substituição da mão de obra humana e de processos manuais por maquinário, novos insumos e tecnologias.

O objetivo desse processo é aumentar a produtividade agropecuária e reduzir custos.

Características

A modernização se caracteriza pela presença de maquinário, novas tecnologias e insumos no campo. As principais características são:

Mecanização: substituição da mão de obra humana por colheitadeiras, tratores e semeadeiras, por exemplo. Isso permite cultivar, produzir e colher de forma mais rápida, com redução de custos e de riscos de acidentes.

Agricultura de precisão: utilização de drones, irrigação controlada, softwares e sensores para monitorar grandes áreas rurais, otimizando a produção.

Insumos químicos: fertilizantes mais potentes, herbicidas, pesticidas e produtos de correção do solo. Seus usos evitam perdas de produção e de solo.

Biotecnologia: sementes transgênicas melhor adaptadas ao clima, ao solo, ou mais resistentes às pragas e infecções. Melhoramento genético de animais.

A utilização desses elementos permite a otimização da produção, aumento da competitividade no mercado e do lucro.

Modernização do campo brasileiro

Antes da modernização do campo o Brasil utilizava principalmente a agricultura tradicional como forma produtiva. Eram técnicas rudimentares e a produtividade era baixa. O consumo restringia-se à escala local.

O início do processo de modernização ocorreu durante o Governo Militar (1964-1985) e ficou conhecido como Revolução Verde.

Durante esse período os grandes agricultores brasileiros receberam subsídios para comprarem maquinário e investirem em tecnologia. Houve também a ampliação da infraestrutura de transportes e de energia, visando escoar melhor a produção.

O incentivo à pesquisa agrária foi dado especialmente com a criação da EMBRAPA (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), instituição que existe até hoje.

Consequências da modernização do campo brasileiro

Positivas

As consequências positivas da modernização do campo brasileiro ficaram no âmbito econômico:

• aumento da produtividade e da produção agropecuária: as novas tecnologias permitiram aumentar a produção e produzir mais rápido numa mesma área;
• aumento das exportações: com o aumento da produtividade e da produção foi possível exportar mais.
• incorporação do Brasil entre os maiores produtores globais de alimentos: o aumento das exportações colocou o Brasil em posição de importância na produção de alimentos.

Negativas

• Êxodo rural: muitos trabalhadores foram substituídos por máquinas e precisaram buscar empregos em outros locais e cidades;
• Concentração fundiária: os agricultores com maior renda receberam subsídios, enquanto os pequenos produtores não tiveram o mesmo acesso. Isso potencializando a produtividade e o lucro dos grandes proprietários;
• Intensificação da desigualdade social no campo: a concentração fundiária concentrou ainda mais a renda, aumentando a disparidade social;
• Impactos ambientais: aumento do desmatamento, poluição das águas e do solo por agrotóxicos, perda de biodiversidade.

Modernização atual

A modernização do campo continua acontecendo, agora com sistemas cada vez mais informatizados. É a chamada Agricultura 4.0, caracterizada pela gestão eficiente da produção e por tecnologias sustentáveis.

Atualmente utilizam-se sensores, imagens de satélite, sistemas conectados, tratores guiados por GPS, etc. Nas práticas mais sustentáveis, utilizam-se sistemas agroflorestais, foram criados biofertilizantes, certificados e rastreabilidade de produtos, dentre outros.

A modernização técnica progride, porém a desigualdade socioeconômica permanece no campo. As pequenas propriedades ainda enfrentam dificuldades no acesso ao crédito, à internet, à energia e a falta de assistência técnica especializada. Portanto, não conseguem competir com o agronegócio e as grandes propriedades.

Para praticar:

Exercícios sobre a modernização do campo (com gabarito)

Exercícios sobre a Revolução Verde (com respostas explicadas)