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Mito da Caverna

Thiago Souza
Revisão por Thiago Souza
Professor de Sociologia, Filosofia e História

O Mito da Caverna, também conhecido como Alegoria da Caverna, foi escrito por Platão, um dos mais importantes pensadores da história da Filosofia.

É uma metáfora que sintetiza o dualismo platônico. Por exemplo, a relação entre os conceitos de escuridão e ignorância; luz e conhecimento e, principalmente, a distinção entre aparência e realidade, fundamental para sua teoria do Mundo das Ideias.

Foi escrito em forma de diálogo e pode ser lido no livro VII da obra A República, o Mito da Caverna é também uma espécie de homenagem de Platão ao seu mestre, Sócrates.

Resumo do Mito da Caverna

Os homens presos em uma caverna

Platão descreve que alguns homens, desde a infância, geração após geração, se encontram aprisionados em uma caverna. Nesse lugar, não conseguem se mover em virtude das correntes que os mantém imobilizados.

Virados de costas para a entrada da caverna, veem apenas o seu fundo. Atrás deles há uma parede pequena, onde uma fogueira permanece acesa.

Por ali passam homens transportando coisas, mas como a parede oculta o corpo dos homens, tudo o que os prisioneiros conseguem ver são as sombras desses objetos transportados.

Essas sombras projetadas no fundo da caverna são compreendidas pelos prisioneiros como sendo tudo o que existe no mundo.

Imagem representativa do Mito da Caverna por Jan Sanraedam (1604)
Imagem representativa do Mito da Caverna, por Jan Sanraedam (1604).

Saiba mais: Platão

Um dos homens sai da caverna e retorna ao grupo

Certo dia, um dos prisioneiros conseguiu se libertar das correntes que o aprisionava. Com muita dificuldade, ele busca a saída da caverna. No entanto, a luz da fogueira, bem como a do exterior da caverna, agridem os seus olhos, já que ele nunca tinha visto a luz.

O ex-prisioneiro pensa em desistir e retornar ao conforto da prisão a qual estava acostumado, mas gradualmente consegue observar e admirar o mundo exterior à caverna.

Entretanto, tomado de compaixão pelos companheiros de aprisionamento, ele decide enfrentar o caminho de volta à caverna com o objetivo de libertar os outros e mostrar-lhes a verdade.

No diálogo, Sócrates propõe que Glauco, seu interlocutor, imagine o que ocorreria com esse homem, em seu regresso.

Glauco responde que os outros, acostumados à escuridão, não acreditariam no seu testemunho e que aquele que se libertou teria dificuldades em comunicar tudo o que tinha visto.

Por fim, era possível que o matassem sob a alegação de perda da consciência ou loucura.

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Interpretação da Alegoria da Caverna

Na Alegoria da Caverna, Platão faz uma crítica sobre a importância da busca pelo conhecimento e o abandono da posição cômoda gerara pelas aparências e pelos costumes.

Nessa metáfora, as correntes representam o senso comum e a opinião (os pré-conceitos) que aprisionam os indivíduos e os impede de buscar o conhecimento verdadeiro e com que vivam em um mundo de sombras.

As sombras simbolizam as aparências, tudo aquilo que é falso ou que são meras imitações daquilo que é, de fato, real. É o mundo das aparências no qual as pessoas estão acostumadas a viver.

Platão também faz referência ao papel da filosofia. O filósofo é aquele consegue sair da caverna, mas por odiar a ignorância, sente compaixão e se vê obrigado a tentar libertar os outros, compreendidos como seus companheiros.

O Mito da Caverna é também uma homenagem de Platão a Sócrates, seu mestre. Para Platão, Sócrates foi aquele que contestou, rompeu com os preconceitos de sua época e foi condenado à morte por isso.

Sócrates foi acusado de corromper os jovens de Atenas, atentar contra os deuses e a democracia grega. Recebeu o julgamento e foi condenado à morte pela maioria de votos dos cidadãos. Sua morte gerou uma grande comoção na Grécia e influenciou os rumos da filosofia e de toda a cultura ocidental.

A relação da Alegoria da Caverna e o mundo atual

Assim, tal como o prisioneiro, as pessoas devem confrontar os hábitos do cotidiano e libertar-se das correntes em vista da verdade. A saída da caverna representa a difícil missão daquele ou daquela que rompe com os preconceitos e busca esse conhecimento.

A luz representa o conhecimento, que pode ofuscar quem não está habituado, o Sol é a verdade, que ilumina tudo aquilo que existe, que dá origem ao conhecimento.

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Thiago Souza
Revisão por Thiago Souza
Graduado em História e Especialista em Ensino de Sociologia pela Universidade Estadual de Londrina. Ministra aulas de História, Filosofia e Sociologia desde 2018 para turmas do Fundamental II e Ensino Médio.
Pedro Menezes
Edição por Pedro Menezes
Licenciado em Filosofia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e Mestre em Ciências da Educação pela Universidade do Porto (FPCEUP).