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Mata Atlântica (Geografia)

A Mata Atlântica é um bioma costeiro do Brasil. Se estende do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul. É uma floresta tropical, com vegetação densa e diversificada.

Atualmente ocupa cerca de 13% do território brasileiro. Mais de 50% da população brasileira vive neste bioma.

Possui grande biodiversidade porque atravessa diversas faixas latitudinais, ou seja, há grande variação de climas e relevos.

Importância

A Mata Atlântica é considerada um hot spot de biodiversidade, ou seja, uma área com grande riqueza e diversidade de espécies vegetais e animais.

A vegetação densa ajuda na regulação térmica e no equilíbrio do ciclo hidrológico. As florestas protegem as nascentes de rios que abastecem metrópoles como Rio de Janeiro e São Paulo. Considerando que mais da metade da população brasileira vive neste bioma, a regulação climática e hidrológica é importantíssima para o bem-estar da população.

Desde a colonização brasileira a Mata Atlântica teve importância econômica. Atualmente tem potencial para o turismo ecológico em áreas de conservação ambiental, como o Parque Nacional da Floresta da Tijuca. Além disso, também tem potencial para a exploração sustentável de recursos florestais, por exemplo o cultivo de palmito pupunha e da jabuticaba.

Formações florestais

Dentro da Mata Atlântica existem diversas formações florestais. As principais são:

  • Ombrófila densa: formação mais característica da Mata Atlântica. Composta por folhas largas, muito verdes, adaptadas a períodos muito quentes ou úmidos. Ocorre principalmente na região Sudeste, litoral da região Sul e trechos costeiros da Bahia, Pernambuco, Alagoas e Paraíba;
  • Ombrófila mista: chamada de Mata de Araucária, aparece em regiões mais frias, de clima Subtropical;
  • Estacional decidual: regiões de clima Tropical ou Subtropical, com estações bem marcadas de quente x frio ou seca x úmida. Decidual significa que boa parte das árvores perde as folhagens durante o período seco ou frio. Ocorre na região Sul e parte de Minas Gerais e de São Paulo;
  • Estacional semidecidual: ambientes de transição entre a zona costeira úmida e o interior. Semidecidual significa que parte das árvores não perde suas folhagens no período frio. Ocorre no interior de Santa Catarina e Paraná, e da Bahia e Pernambuco. Aparece também no interior de São Paulo e Minas Gerais, e no norte do Rio de Janeiro.
Mata Atlântica em Foz do Iguaçu
Legenda: Mota, L. (2011). Mata Atlântica em Foz do Iguaçu / Atlantic rainforest at Iguaçu falls* [Fotografia]. Flickr. Licenciada sob CC BY-NC-SA 2.0.

Ecossistemas associados

Na Mata Atlântica encontram-se ecossistemas associados. São ambientes naturais que ocorrem dentro da formação do bioma. Os principais são:

  • Manguezais: ecossistema de transição entre os ambientes terrestre e marinho. Grande biodiversidade;
  • Vegetação de restinga: plantas capazes de suportar altas temperaturas e alta salinidade. Encontradas em áreas de praias e planícies costeiras;
  • Campos de altitude: vegetação rasteira, adaptada ao frio. Encontrada em áreas de maior altitude.

Problemas ambientais

Desde o período colonial a Mata Atlântica já era devastada para a exploração do pau-brasil. O desmatamento seguiu ocorrendo para a construção das primeiras vilas e cidades, e para a plantação de cana-de-açúcar. Atualmente restam apenas 12% da cobertura original.

Com a industrialização e o crescimento desordenado das cidades, a poluição e o desmatamento aumentaram, especialmente na região Sudeste. As zonas urbanas foram crescendo, muitas vezes, sem sistemas de tratamento de esgoto, inclusive o industrial.

De acordo com a Fundação SOS Mata Atlântica, 75,2% dos pontos de coleta de água tem qualidade regular. Não houve nenhum ponto coletado com qualidade ótima. Ou seja, a poluição já afeta consideravelmente o tipo de água consumida pela população.

A agropecuária também gera problemas por causa da expansão de pastagens e lavouras, principalmente nas regiões Sul e Sudeste. O desmatamento para a ampliação de áreas agrícolas gera erosão do solo e assoreamento dos rios. Além disso, o esgoto rural é composto por fertilizantes e agrotóxicos, que poluem os rios e o solo.

Muitas espécies da Mata Atlântica são endêmicas, ou seja, ocorrem apenas neste bioma. O desmatamento gera perda de biodiversidade e dessas espécies.

Ademais, o bioma é extremamente fragmentado por causa do desmatamento e das zonas urbanas. Isso gera perdas de espécies mais sensíveis e o isolamento da floresta entre áreas desmatadas. Há então o aumento da vulnerabilidade e o chamado "Efeito de Borda", no qual as partes externas do bioma ficam mais expostas, alterando o microclima e a vegetação.

Mapa de comparação entre a cobertura da Mata Atlântica na época do descobrimento e atualmente

Conservação

A Lei nº 11.428/2006 é a Lei da Mata Atlântica, que protege remanescentes florestais e regulamenta o uso sustentável do bioma. Através dela, há a garantia legal da proteção de rios, encostas e nascentes. Exige também a recomposição de áreas desmatadas com o plantio espécies nativas. Permite atividades econômicas de uso sustentável.

Atualmente utilizam-se os corredores ecológicos, faixas de vegetação que permitem a ligação entre fragmentos isolados. Isso ajuda na migração e dispersão das espécies. Um exemplo é o Corredor Central da Mata Atlântica, que liga o Sul ao Sudeste.

Na Mata Atlântica existem muitos Parques Nacionais, que proíbem a exploração econômica e obtém lucro apenas do ecoturismo. Há as Reservas Biológicas, que preservam integralmente a biodiversidade. Existem também as Reservas Particulares do Patrimônio Natural, que são propriedades privadas preservadas voluntariamente pelos donos.

Os maiores desafios atuais são a fiscalização limitada, a fragmentação do bioma, a urbanização e a agropecuária, e a falta de recursos financeiros para projetos e para fiscalização.

Curiosidade

Dia 27 de maio é comemorado o Dia Nacional da Mata Atlântica.

Saiba mais sobre a vegetação do Brasil (tipos e características).

Referências Bibliográficas

BRASIL. Lei nº 11.428, de 22 de dezembro de 2006. Dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 22 dez. 2006. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11428.htm. Acesso em: 25 ago. 2025.

FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA; INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS (INPE). Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica – Período 2022-2023. São Paulo: Fundação SOS Mata Atlântica, 2024. Disponível em: https://mtc-m21d.sid.inpe.br/col/sid.inpe.br/mtc-m21d/2024/09.09.13.41/doc/Atlas_Mata_Atlantica_2022-2023.pdf. Acesso em: 25 ago. 2025.

MAPBIOMAS. Em 2023, a perda de áreas naturais no Brasil atinge a marca de 33% do território. 21 ago. 2024. Disponível em: https://brasil.mapbiomas.org/2024/08/21/em-2023-a-perda-de-areas-naturais-no-brasil-atinge-a-marca-historica-de-33-do-territorio/. Acesso em: 25 ago. 2025.