🚀 Turbine seus estudos com 47% OFF no Toda Matéria+

Guerra na Ucrânia

A Guerra da Ucrânia é um dos principais conflitos armados da atualidade. Envolve diretamente Rússia e Ucrânia e, indiretamente, os países membros da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte).

O motivo da guerra envolve fatores políticos, econômicos e territoriais. A Rússia não quer perder o controle histórico que possui sobre a região, que é geograficamente estratégica. Por sua vez, a Ucrânia buscar se alinhar à OTAN e sair do domínio russo.

Como a guerra começou

Em 2022 a Rússia invadiu várias regiões da Ucrânia, incluindo a capital, Kiev. Para justificar a invasão, a Rússia alegou prevenção à ameaças da OTAN e proteção ao povo russo que vivia na Ucrânia.

Dos países que fazem fronteira oeste com a Rússia, ou seja, o leste europeu, apenas a Bielorrússia não é comprometida com os interesses ocidentais. A Estônia, Letônia e Lituânia fazem parte da OTAN. A Finlândia, antes neutra, entrou para a OTAN em 2023, após a invasão russa.

A maior parte da Europa já fazia parte da OTAN antes, o que coloca a Rússia numa posição geográfica complicada. A maior parte de suas fronteiras a oeste é com países membros da OTAN, sua inimiga histórica. Portanto, a aproximação da Ucrânia com o Ocidente foi vista como uma ameaça direta pela Rússia.

Países europeus membros da OTAN em agosto de 2025

Além da manutenção do poder na região, a Ucrânia é geograficamente estratégica para a Rússia. O país é uma espécie de corredor terrestre para transportes comerciais, ligando a Europa à Rússia e à Ásia. Além disso, muitos gasodutos atravessam o território ucraniano.

Em relação aos recursos naturais, a Ucrânia possui solo rico e fértil, e é grande exportadora de milho, trigo e cevada. Esses itens garantem a segurança alimentar russa. Além disso, o país possui jazidas minerais de ferro, carvão, lítio e urânio, essenciais para a produção industrial e energética.

Em suma, os principais motivos que levaram à Guerra da Ucrânia são:

  • proteção contra o avanço da OTAN;
  • manutenção do domínio político, econômico e cultural russo;
  • garantia de segurança alimentar e energética dos russos;
  • domínio dos corredores comerciais estratégicos da Ucrânia.

A Ucrânia veio recebendo apoio Ocidental, especialmente dos Estados Unidos e União Europeia. Os países enviaram armamentos, recursos financeiros e ajuda humanitária. Porém, com a continuidade do conflito, os auxílios internacionais vêm diminuindo. Isso deixa a Ucrânia em uma situação ainda mais complicada.

Anexação da Crimeia

A Crimeia é uma região de península no sul da Ucrânia, com saída estratégica para o Mar Negro. Possui importância geográfica, com o porto de Sebastopol, onde localiza-se a base naval da frota russa. E é uma região rica em recursos naturais, como petróleo, gás natural e minerais.

Mapa com detalhe da Crimeia, na Ucrânia

Em 2014, uma onda de protestos chamada Euromaidan tirou o presidente Viktor Yanukovych (pró-Rússia) do poder.

A Rússia não queria perder seu domínio sobre o país, especialmente sobre a Crimeia. Para manter o controle, ocupou militarmente a região. Em seguida, organizou um referendo para o povo da Crimeia. A população deveria decidir se queria unir-se novamente à Rússia. O resultado do referendo foi positivo para a união à Rússia. Não houve, porém, o reconhecimento nacional e nem internacional do documento. Além disso, a ONU proíbe a anexação territorial por forças militares.

A partir desse momento, as relações da Rússia com o Ocidente ficaram estremecidas. A maior parte do Ocidente considerou a anexação da Crimeia ilegal. A Rússia foi suspensa do G8 (grupo das maiores economias industrializadas do mundo) e sofreu diversas sanções econômicas.

As principais consequências da anexação da Crimeia foram:

  • surgimento de grupos separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia;
  • Crimeia tornou-se uma base militar russa;
  • isolamento internacional da Rússia;
  • aumento das tensões internacionais e a chamada "nova Guerra Fria";
  • sanções econômicas contra a Rússia.

Histórico

A Ucrânia fazia parte da União Soviética até 1991, quando tornou-se independente.

Em 1994 o Tratado de Budapeste foi assinado pela Ucrânia, Estados Unidos, Reino Unido e Rússia. Nesse Tratado, a Ucrânia entregava seu arsenal nuclear para a Rússia. Em troca, os países do Tratado garantiam soberania e integridade territorial à Ucrânia. Naquele momento a Ucrânia assumia papel de neutralidade em relação à OTAN e à Rússia.

Em 2004 acontece na Ucrânia a Revolução Laranja. Foi uma série de protestos populares exigindo novas eleições presidenciais, após o candidato pró-Rússia, Viktor Yanukovych, ter vencido o pleito. Na época houve denúncias de fraudes eleitorais.

Milhares de pessoas foram às ruas vestidas com a cor laranja (símbolo da campanha do candidato pró-Ocidente, Viktor Yushchenko), para pedir por transparência eleitoral e liberdade democrática.

Novas eleições foram realizadas e Viktor Yushchenko venceu.

A Revolução Laranja foi um marco na história ucraniana pois aproximou politicamente o país do Ocidente, e o afastou da influência russa.

Consequência disso foi o aumento nas tensões entre Rússia e Ucrânia que culminariam na invasão e anexação da Crimeia em 2014.

linha do tempo da guerra na Ucrânia

Futuro da guerra

A Rússia não parece abrir mão tão fácil da Ucrânia, pelos motivos já mencionados. Para a Rússia compensa mais investir militarmente no conflito do que deixar a Ucrânia alinhada ao Ocidente.

A Ucrânia depende bastante de ajuda internacional para conseguir se manter na guerra sem se render. Esse auxílio, porém, vem diminuindo cada vez mais. O país também não parece disposto a voltar para a posição de neutralidade.

O conflito tem se prolongado com avanços e recuos de ambas as partes e sem acordos diplomáticos ou de paz até o momento.

Leia também: Terceira Guerra Mundial: possíveis causas e cenários

Referências Bibliográficas

ALMEIDA, Guilherme. Ajuda internacional à Ucrânia: interesses e limitações das potências ocidentais. In: Revista Interesse Nacional, 2024.

BUSINESS INSIDER. A handful of European nations mostly filled the gap the US left for Ukraine's aid — at least in dollar terms. 2025. Disponível em: https://www.businessinsider.com/european-countries-fill-gap-mostly-left-us-ukraine-aid-2025-6. Acesso em: 6 ago. 2025.

REUTERS. Zelenskiy speaks with Trump ahead of Putin ceasefire deadline. 5 ago. 2025. Disponível em: https://www.reuters.com/world/europe/zelenskiy-speaks-with-trump-ahead-putin-ceasefire-deadline-2025-08-05/. Acesso em: 6 ago. 2025.