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Exercícios sobre plano inclinado

Rampas de acessibilidade, esteiras industriais, pistas de esqui, escorregadores e até técnicas de construção na antiguidade são exemplos práticos do princípio do plano inclinado. Nos exercícios a seguir, você poderá aplicar fórmulas, interpretar gráficos e analisar forças para compreender como a inclinação, o atrito e a gravidade influenciam o movimento de corpos. Teste seus conhecimentos e confira as respostas no gabarito explicado.

Questão 1

A acessibilidade é um direito que garante à pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida viver de forma independente e exercer seus direitos de cidadania e de participação social. A Norma Brasileira NBR 9050 estabelece critérios e parâmetros técnicos a serem observados quanto ao projeto, construção, instalação e adaptação de edificações, visando garantir condições de acessibilidade.

Para a construção de uma rampa de acesso a um novo posto de saúde, um engenheiro projetou uma rampa com 12 metros de comprimento para vencer um desnível (altura) de 1,2 metro. A finalidade da rampa é permitir que um cuidador possa levar um paciente em uma cadeira de rodas, cuja massa total (paciente + cadeira) é de 120 kg. O cuidador deve empurrar a cadeira de rodas com velocidade constante pela rampa.

Considere a aceleração da gravidade (g) como 10 m/s² e despreze as forças de atrito e a resistência do ar.

Para que o cuidador consiga mover a cadeira de rodas com velocidade constante ao longo de toda a rampa, a força mínima, paralela à rampa, que ele deve aplicar é de:

a) 12 N

b) 120 N

c) 600 N

d) 1194 N

Gabarito explicado

Resposta correta: alternativa b) 120 N

As forças que atuam no sistema são mostradas no esquema abaixo:

Forças na cadeira de rodas e cuidador na rampa

As forças presentes são:

  • Força Peso (P): Atua verticalmente para baixo.
  • Força Aplicada (F): Atua paralelamente à rampa, no sentido do movimento (para cima).
  • Componente Paralela do Peso (Px): É a projeção da força peso na direção do plano inclinado, "puxando" a cadeira para baixo.
  • Componente Normal do Peso (Py): É a projeção da força peso perpendicular ao plano, que é anulada pela Força Normal da rampa.

Vamos primeiro calcular a Força Peso (P):
P = massa × gravidade
P = 120 , 10 m/s²
P = 1200 N

Agora vamos calcular a Componente Paralela do Peso (Px), lembrando que a fórmula para a componente paralela é Py = P . sen(ß), onde ß é o ângulo de inclinação da rampa.
O problema não fornece o ângulo ß diretamente, mas nos dá as dimensões da rampa: o comprimento (hipotenusa = 12 m) e a altura (cateto oposto = 1,2 m).
Com esses dados, podemos calcular o seno do ângulo:
sen(ß) = Cateto Oposto / Hipotenusa
sen(ß) = 1,2 m / 12 m
sen(ß) = 0,1

Agora, calculamos Px:
Px = P . sen(ß)
Px = 1200 N . 0,1
Px = 120 N

Conclusão:
Como o movimento é com velocidade constante, a força aplicada pelo cuidador (F) deve anular a componente Px. Portanto, F = Py = 120 N.

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Questão 2

No setor de logística de um grande porto brasileiro, a movimentação de mercadorias é otimizada pelo uso de esteiras rolantes. Uma dessas esteiras foi projetada para transportar sacos de soja, de um armazém até o porão de um navio, vencendo um desnível vertical. A tecnologia empregada no motor da esteira permite um controle preciso da força aplicada, garantindo que a carga se mova de maneira estável e segura.

Um saco de soja com massa de 50 kg é colocado na base de uma esteira que possui 20 metros de comprimento e eleva a carga a uma altura de 10 metros em relação ao ponto inicial. O motor é programado para que o saco suba a esteira com velocidade constante. Estudos de engenharia determinaram que as forças dissipativas (como o atrito entre o saco e a esteira) que se opõem ao movimento têm um valor total constante de 50 N.

Considere a aceleração da gravidade g = 10 m/s².

Para que um saco de soja seja transportado com velocidade constante pela esteira, a força que o motor da esteira deve aplicar sobre ele, paralelamente à rampa, é de:

a) 200 N

b) 250 N

c) 300 N

d) 500 N

Gabarito explicado

Resposta correta: alternativa c) 300 N.

No esquema abaixo mostramos as forças presentes no sistema, temos:

Forças presentes no saco de soja subindo a rampa

As forças que atuam na direção do movimento são:

  • Fmotor: A força aplicada pelo motor da esteira, para cima.
  • Fat: A força de atrito (dissipativa), que se opõe ao movimento, logo, aponta para baixo ao longo da esteira.
  • Pₓ: A componente tangencial da força peso, que naturalmente "puxa" o saco para baixo ao longo da esteira.

Para a força resultante ser nula, a força que impulsiona o movimento para cima deve anular a soma das forças que se opõem a ele, ou:

Fmotor = Pₓ + Fat

Vamos calcular primeiro a força peso (P) pelo produto da massa pela aceleração da gravidade, ou:

P = m . g
P = 50 kg × 10 m/s²
P = 500 N

Vamos agora calcular a componente Pₓ do Peso, lembrando que a componente Pₓ é dada por Pₓ = P × sen(ß), onde ß é o ângulo de inclinação da esteira. O enunciado não fornece o ângulo, mas nos dá o comprimento da esteira (hipotenusa) e a altura que ela vence (cateto oposto ao ângulo ß).

  • Cateto oposto = altura (h) = 10 m
  • Hipotenusa = comprimento (L) = 20 m

Podemos calcular o seno do ângulo:

sen(ß) = cateto oposto / hipotenusa = h / L = 10 / 20 = 0,5

Agora, calculamos o valor de Pₓ:

Pₓ = P × sen(ß)
Pₓ = 500 N × 0,5
Pₓ = 250 N

Finalmente, para calcular a força do motor aplicamos a equação de equilíbrio de forças ou:
Fmotor = Pₓ + Fat
Fmotor = 250 N + 50 N
Fat = 300 N

A força que o motor precisa aplicar sobre cada saco de soja é de 300 N.

Questão 3

Os métodos de construção de monumentos antigos, como as pirâmides do Egito ou os templos na Grécia, fascinam historiadores e engenheiros até hoje. Uma das técnicas mais prováveis para erguer blocos de pedra de várias toneladas era o uso de rampas longas e de baixa inclinação, feitas de terra, tijolos e madeira. Essa aplicação do plano inclinado permitia que a força necessária para mover os blocos fosse significativamente reduzida.

Imagine uma equipe de construtores da antiguidade movendo um grande bloco de granito, com massa de 2,0 toneladas, para a construção de um templo. Eles utilizam uma rampa que, para cada 8 metros de avanço na horizontal, eleva-se 6 metros na vertical. Em um determinado momento, a equipe precisa fazer uma pausa e deve segurar o bloco em repouso no meio da rampa.

Considere que o coeficiente de atrito estático entre o bloco de granito e a superfície da rampa é de μₑ = 0,25, 1 tonelada = 1000 kg e aceleração da gravidade g = 10 m/s².

Nessas condições, a força mínima, paralela à rampa, que a equipe de trabalhadores precisa aplicar para manter o bloco em repouso, impedindo que ele deslize para baixo, é de:

a) 12000 N

b) 4000 N

c) 16000 N

d) 8000 N

Gabarito explicado

Resposta correta: alternativa d) 8000 N

O objetivo é manter o bloco em repouso (equilíbrio estático), pois o enunciado pede a força mínima para impedir que ele deslize. Isso significa que a força resultante sobre o bloco deve ser zero e que a força de atrito estático estará atuando em sua capacidade máxima para ajudar os trabalhadores, ou seja, apontando para cima na rampa, junto com a força dos trabalhadores.

No esquema abaixo mostramos as forças que agem no sistema:

Forças no bloco de granito na rampa

As forças que atuam na direção da rampa são:

Pₓ: A componente do peso que puxa o bloco para baixo, ao longo da rampa.

Ftrab: A força aplicada pelos trabalhadores para cima, ao longo da rampa.

Fₐₜ: A força de atrito estático, que se opõe à tendência de movimento (que é para baixo). Portanto, a Fₐₜ também aponta para cima na rampa.

Na condição de equilíbrio a soma das forças para cima deve ser igual à força para baixo, ou:

Ftrab + Fₐₜ = Pₓ

A força mínima dos trabalhadores (Fmín) ocorre quando o atrito é máximo (Fₐₜ,max), ou:

Fmín = Pₓ - Fₐₜ,max

O enunciado não traz o ângulo de inclinação da rampa, mas nos dá os catetos do triângulo retângulo que a forma onde o cateto oposto (altura) h = 6 m e cateto adjacente (base) b = 8 m.

Precisamos da hipotenusa (L) para encontrar o seno e o cosseno do ângulo de inclinação (ß). Para encontrá-la basta usar o Teorema de Pitágoras:

L² = h² + b²

L² = 6² + 8² = 36 + 64 = 100

L = 10 m

Agora, podemos calcular o seno e o cosseno:

sen(ß) = h / L = 6 / 10 = 0,6

cos(ß) = b / L = 8 / 10 = 0,8

Vamos agora calcular a Força Peso (P) e suas componentes (Pₓ e Pᵧ):

Massa (m) = 2,0 toneladas = 2000 kg.

Peso (P) = m . g = 2000 . 10 = 20000 N.

Componente Pₓ = P . sen(ß) = 20000 . 0,6 = 12000 N

Componente Pᵧ = P . cos(ß) = 20000 . 0,8 = 16000 N

Cálculo da Força de Atrito Estático Máxima (Fₐₜ, max): a força normal (N) é igual em módulo à componente Pᵧ, pois não há movimento na direção perpendicular à rampa, ou:

N = Pᵧ = 16000 N.

A força de atrito estático máxima é:

Fₐₜ, max = μₑ . N = 0,25 . 16000 N

Fₐₜ, max = 4000 N

Por fim, vamos calcular a força mínima dos trabalhadores usando a equação de equilíbrio:

Fmín = Pₓ - Fₐₜ, max

Fmín = 12000 - 4000

Fmín = 8000 N

Questão 4

Esportes de inverno como o esqui alpino são exemplos fascinantes de aplicação da física. Neles, os atletas descem montanhas cobertas de neve em alta velocidade, e o controle de sua aceleração é fundamental para o sucesso e a segurança. A interação entre o peso do esquiador, a inclinação da pista e o atrito entre os esquis e a neve determina o movimento resultante.

Um esquiador de massa 80 kg parte do repouso e desce uma pista retilínea com uma inclinação constante de 30° em relação à horizontal. O coeficiente de atrito cinético entre os esquis e a neve é μc = 0,10.

Considere: g = 10 m/s² , sen(30°) = 0,50 e cos(30°) = 0,87. Despreze a resistência do ar. Nessas condições, qual é a aceleração do esquiador ao descer a pista?

a) 8,20 m/s²

b) 5,87 m/s²

c) 4,13 m/s²

d) 5,00 m/s²

Gabarito explicado

Resposta correta: alternativa c) 4,13 m/s²

O problema pede para calcular a aceleração do esquiador que desce um plano inclinado. Como há aceleração, a força resultante não é nula. Para encontrar a aceleração teremos que aplicar a Segunda Lei de Newton que diz que Fᵣ = m . a

O esquema abaixo mostra as forças atuantesno sistema:

Forças no esquiador que desce a rampa acelerado

- A força peso (P) aponta verticalmente para baixo e precisa ser decomposta em suas duas componentes:

  • Pₓ: componente paralela à pista, que "puxa" o esquiador para baixo.
  • Pᵧ: componente perpendicular à pista, que pressiona o esquiador contra a neve.

- Força Normal (N): a força de reação da pista sobre o esquiador, perpendicular à superfície e apontando para cima. Ela se equilibra com Pᵧ, pois o esquiador não se movimenta nessa direção.

- Força de Atrito Cinético (Fₐₜ): força que se opõe-se ao movimento. Como o esquiador está descendo, a Fₐₜ aponta para cima, ao longo da pista.

Primeiro vamos calcular a Força Peso e suas componentes:

Peso (P) = m . g = 80 . 10 = 800 N

Componente Pₓ = P . sen(30°) = 800 . 0,50 = 400 N

Componente Pᵧ = P . cos(30°) = 800 . 0,87 = 696 N

Agora vamos calcular a Força de Atrito. Para isso, devemos primeiro determinar a Força Normal (N), pois a Força de Atrito é dada por Fₐₜ = μc . N.

Como não há movimento na direção perpendicular à pista, N = Pᵧ. Assim:

N = 696 N

Agora podemos calcular a Força de Atrito Cinético (Fₐₜ):

Fₐₜ = μc . N = 0,10 . 696 = 69,6 N. Esta é a força que freia o esquiador.

Vamos então, calcular a Força Resultante (Fᵣ). Lembre que a força resultante na direção do movimento é a diferença entre a força que acelera (Pₓ) e a força que freia (Fₐₜ) o esquiador, ou:

Fᵣ = Pₓ - Fₐₜ

Fᵣ = 400 - 69,6 = 330,4 N

Podemos agora calcular a aceleração (a), usando a Segunda Lei de Newton, temos:

a = Fᵣ / m

a = 330,4 / 80

a ≈ 4,13 m/s²

Questão 5

As pistas de skate são projetadas com uma variedade de rampas que permitem aos atletas realizar manobras convertendo energia potencial gravitacional em energia cinética. Um skatista decide analisar seu próprio movimento em uma rampa que pode ser modelada como um plano inclinado.

O conjunto skatista + skate possui uma massa total de 60 kg. Ele parte do repouso do topo de uma rampa de 5,0 metros de comprimento e atinge a base da rampa, que está 3,0 metros abaixo do ponto inicial, com uma velocidade de 6,0 m/s.

Durante a descida, forças dissipativas, como o atrito entre as rodas e a pista e a resistência do ar, atuam sobre o skatista. Considere a aceleração da gravidade g = 10 m/s².

Qual é o módulo do trabalho realizado pela resultante das forças dissipativas durante a descida do skatista na rampa?

a) 1080 J

b) 720 J

c) 1800 J

d) 3000 J

Gabarito explicado

Resposta correta: alternativa b) 720 J

A questão pede o trabalho das forças dissipativas (Wₐₜ). Isso indica que a energia mecânica do sistema não se conserva. A melhor ferramenta para resolver este problema é o Teorema da Energia Cinética ou, de forma equivalente, o balanço de energia mecânica.

O teorema diz que o trabalho total realizado sobre um corpo é igual à variação de sua energia cinética (ΔEc), ou: Wtotal = ΔEc

O trabalho total é a soma do trabalho da força peso (Wpeso) e do trabalho das forças dissipativas (Wat), ou: ΔEc = Wpeso + Wat

Podemos reescrever essa equação como: Wat = ΔEc - Wpeso

Podemos usar a conservação de energia para resolver esse problema. Ele diz que o trabalho é igual à diferença da energia mecânica final e inicial, ou:

Wat = Emf - Emi

Vamos primeiro determinar a Energia Mecânica Inicial Emi. No topo da rampa, o skatista parte do repouso (vinicial = 0 m/s), então sua energia cinética inicial é nula e sua energia mecânica inicial é puramente potencial gravitacional.

Emi = Epotencial, inicial = m . g . h

Emi = 60 . 10 . 3,0

Emi = 1800 J

Agora vamos calcular a Energia Mecânica Final Emf. Na base da rampa temos h = 0, a energia potencial gravitacional é nula e a energia mecânica final é puramente cinética.

Emf = Ecinética, final = (1/2) . m . v²

Emf = (1/2) . 60 . (6,0)²

Emf = 30 . 36

Emf = 1080 J

Vamos então determinar o Trabalho das Forças Dissipativas, Wat. O trabalho das forças dissipativas representa a "perda" de energia mecânica do sistema.

Wat = Emf - Emi

Wat = 1080 - 1800

Wat = - 720 J

A questão pede o módulo do trabalho, que é o valor absoluto. Então:|Wat| = 720 J

Questão 6

A construção de estradas em regiões montanhosas apresenta desafios de engenharia significativos. Para que veículos, especialmente os de carga, possam subir grandes altitudes com segurança e sem sobrecarregar seus motores, as estradas são projetadas com inclinações suaves, percorrendo longas distâncias em ziguezague. Esse design é uma aplicação direta do princípio do plano inclinado.

Considere um caminhão de massa total de 10 toneladas subindo um trecho retilíneo de uma serra, com velocidade constante. A estrada tem uma inclinação tal que, para cada 100 metros percorridos, o veículo se eleva 4 metros na vertical. O conjunto de todas as forças de resistência ao movimento (atrito dos pneus com o asfalto e resistência do ar) é constante e possui módulo igual a 5000 N.

Considere: 1 tonelada = 1000 kg e a aceleração da gravidade g = 10 m/s².

Com base na situação descrita e nos princípios da dinâmica, analise as afirmações a seguir.

I. Para que o caminhão mantenha a velocidade constante nesse trecho, a força motriz exercida por seu motor deve ser de 9000 N.

II. A força normal, que corresponde à força de compressão que a estrada exerce sobre o caminhão, tem intensidade menor que a força peso do veículo.

III. A utilização da estrada inclinada, em vez de um guindaste que erguesse o caminhão verticalmente, diminui o trabalho total realizado pela força motriz do caminhão para atingir a mesma elevação de 4 metros.

Marque a alternativa correta.

a) V, V, V

b) V, V, F

c) V, F, V

d) F, V, F

Gabarito explicado

Resposta correta: alternativa b) V, V, F

Análise da frase I: Se a velocidade é constante, a força resultante é nula. A força motriz (Fmotor) deve equilibrar as forças que se opõem ao movimento: a componente do peso paralela à pista (Pₓ) e as forças de resistência (Fres).

Equação de equilíbrio: Fmotor = Pₓ + Fres

O peso P é dado por: P = m . g = 10000 . 10 = 100000 N

Para calcular Pₓ devemos usar a equação:

Pₓ = P . sen(θ)

O seno do ângulo (θ) é a razão entre o cateto oposto (altura) e a hipotenusa (distância percorrida). Nesse caso temos sen(θ) = altura / distância = 4 / 100 = 0,04. Assim:

Pₓ = 100000 . 0,04 = 4000 N

Podemos agora calcular a Força Motriz, pois:

Fmotor = Pₓ + Fres = 4000 + 5000 = 9000 N

Conclusão: A afirmação está correta.

Análise da frase II: Em um plano inclinado, a força peso (P) é decomposta em duas componentes: Pₓ (paralela ao plano) e Pᵧ (perpendicular ao plano). A força normal (N) é a reação da superfície à componente Pᵧ.

Assim, a força normal (N) equilibra apenas a componente perpendicular do peso (Pᵧ). Matematicamente, temos:

N = Pᵧ = P . cos(θ)

Como o ângulo θ é maior que zero, o valor de cos(θ) será sempre menor que 1. Portanto, a força normal (N) é sempre menor que o peso total (P) em um plano inclinado. A afirmação está correta.

Análise da frase III: Esta afirmação compara o trabalho realizado em duas situações para atingir a mesma altura: subindo a rampa e sendo içado verticalmente.

Trabalho da Força Peso: O trabalho realizado contra a força peso depende apenas da variação da altura pois Wcontra,peso = m . g . h.

Este valor é o mesmo para a rampa e para o içamento vertical, pois a altura final é a mesma. Para h = 4m, Wcontra,peso = 10000 . 10 . 4 m = 400000 J

Trabalho Total da Força Motriz:

Na rampa: o motor precisa vencer a força peso (componente Pₓ) e a força de resistência. O trabalho total do motor é:

Wmotor = Fmotor . distância = 9000 . 100 = 900000 J

No içamento vertical (ideal e sem atrito): a força para içar seria igual ao peso de 100000 N. O trabalho seria Wiçamento = Força . altura = 100000 . 4 m = 400000 J

Conclusão: O trabalho realizado pelo motor na rampa (900000 J) é maior que o trabalho para um içamento vertical ideal (400000 J), pois na rampa há um trabalho adicional para vencer as forças de resistência ao longo de uma distância maior.

A rampa reduz a força necessária, mas aumenta a distância, e o trabalho contra o atrito torna o trabalho total maior. Portanto, a afirmação de que o trabalho diminui é falsa.

Questão 7

Parques de diversão e playgrounds são laboratórios de física a céu aberto. Um dos brinquedos mais comuns, o escorregador, é um exemplo clássico de um corpo deslizando por um plano inclinado. A emoção da descida está diretamente relacionada à aceleração adquirida pela criança, que é governada pela inclinação da rampa e pelas forças de atrito.

Uma criança de massa 30 kg desce por um escorregador reto. O comprimento do escorregador é de 5,0 metros e a diferença de altura vertical entre o topo e a base é de 3,0 metros. Durante a descida, a força de atrito entre a roupa da criança e a superfície do escorregador tem um valor médio constante de 24 N.

Considere a aceleração da gravidade g = 10 m/s².

Analisando a descida da criança sob a ótica da mecânica, julgue as afirmações a seguir como verdadeiras (V) ou falsas (F).

I. A aceleração da criança ao descer por este escorregador é de 5,2 m/s².

II. Se a mesma criança escorregasse em um tobogã mais íngreme (maior ângulo de inclinação), mantendo-se o mesmo tipo de contato entre sua roupa e a superfície (mesmo coeficiente de atrito), sua aceleração durante a descida seria maior.

III. Se o atrito fosse completamente desprezível, a velocidade final da criança ao chegar à base da rampa dependeria apenas da altura vertical de 3,0 metros, e não do comprimento de 5,0 metros da rampa.

Marque a alternativa correta.

a) V, F, V

b) F, V, F

c) V, V, F

d) V, V, V

Gabarito explicado

Resposta correta: alternativa d) V, V, V

Análise da frase I: Para encontrar a aceleração, aplicamos a Segunda Lei de Newton Fᵣ = m . a. A força resultante na direção do movimento é a diferença entre a componente do peso que puxa para baixo (Pₓ) e a força de atrito (Fₐₜ).

Equação da força resultante: Fᵣ = Pₓ - Fₐₜ = m . a

Vamos calcular o peso e seu componente na direção do movimento, Px:

Peso P = m . g = 30 . 10 = 300 N

Pₓ é dado por P × sen(θ)

O seno do ângulo (θ) pode ser obtido pela geometria do escorregador:

sen(θ) = cateto oposto / hipotenusa = altura / comprimento

sen(θ) = 3,0 / 5,0 = 0,6.

Pₓ = 300 . 0,6 = 180 N

Podemos agora calcular a Força Resultante: Fᵣ = Pₓ - Fₐₜ = 180 - 24 = 156 N

Tenso a força resultante podemos achar a aceleração, pois:

a = Fᵣ / m = 156 / 30 = 5,2 m/s²

Conclusão: A afirmação está correta.

Análise da frase II: a aceleração é dada pela fórmula a = (Pₓ - Fₐₜ) / m. Vamos analisar como cada termo se comporta com o aumento do ângulo (θ).

Pₓ = P . sen(θ): à medida que o ângulo θ aumenta e a rampa fica mais íngreme, o valor de sen(θ) também aumenta. Portanto, a força que puxa para baixo (Pₓ) aumenta.

Fₐₜ = μ . N = μ . P . cos(θ): à medida que o ângulo θ aumenta, o valor de cos(θ) diminui. Isso significa que a força normal (N) diminui, e consequentemente, a força de atrito (Fₐₜ) também diminui.

Em um tobogã mais íngreme, a força que acelera (Pₓ) aumenta e a força que freia (Fₐₜ) diminui. Ambos os efeitos contribuem para um aumento da força resultante e, consequentemente, da aceleração.

Conclusão: A afirmação está correta.

Análise da frase III: se o atrito é desprezível, o sistema é conservativo. Isso significa que a energia mecânica no início ou topo do escorregador é igual à energia mecânica no final ou base.

Equação de Conservação da Energia:

Emecânica,inicial = Emecânica,final

Cálculo da energia mecânica Inicial: No topo, a criança parte do repouso e temos Ecinética, inicial = 0. Assim, a energia é puramente potencial gravitacional ou Emecânica,inicial = m . g . h

Cálculo da energia mecânica final: Na base, a altura é zero e Efinal,potencial = 0. Assim, a energia final é puramente cinética: Emecânica,final = (1/2) . m . v²

Igualando as energias, temos:

m . g . h = (1/2) . m . v²

A massa (m) pode ser cancelada em ambos os lados: g . h = (1/2) . v²

A velocidade final é dada por:

v ao quadrado igual a 2 espaço. espaço g espaço. espaço hv espaço igual a espaço raiz quadrada de 2 g h fim da raiz

Conclusão: A fórmula da velocidade final (v) depende apenas da aceleração da gravidade (g) e da altura vertical (h). O comprimento da rampa não entra na equação. Portanto, a afirmação está correta.

Para estudar mais: Plano Inclinado: forças, atrito, aceleração, fórmulas e exercícios