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Exercícios sobre mudanças climáticas (com gabarito)

Vinícius Marques
Vinícius Marques
Professor de Geografia

Confira a lista com 7 exercícios feitos no modelo ENEM sobre mudanças climáticas, abordando leis, instituições e fenômenos climáticos.

Lembre-se de conferir o gabarito e a explicação ao final de cada exercício.

Exercício 1

Txai Suruí, liderança da Juventude Indígena, profere seu discurso na abertura da COP-26

O clima está esquentando, os animais estão desaparecendo, os rios estão morrendo e nossas plantações não florescem como no passado. A Terra está falando: ela nos diz que não temos mais tempo.

VICK, M. Quais são as conquistas do movimento indígena na COP-26. Disponível em: www.nexojornal.com.br. Acesso em: 10 nov. 2021 (adaptado).

A fala de Txai Suruí na COP-26 reforça o papel dos povos indígenas como agentes de denúncia e proteção ambiental. Sob a ótica geográfica, a relação entre os povos indígenas e o território vai além do uso produtivo da terra, envolvendo conhecimento ambiental milenar.

A partir dessa perspectiva, é correto afirmar:

A) A ação indígena é marcada pelo extrativismo predatório de recursos naturais florestais.

B) A visão indígena sobre o meio ambiente prioriza a transformação do espaço natural em espaço geográfico urbano.

C) Os saberes indígenas, integrados às práticas territoriais, contribuem para a sustentabilidade ambiental e mitigação climática.

D) A contribuição indígena é limitada ao contexto rural, sendo pouco relevante para a pauta climática global.

E) O discurso indígena é exclusivamente político, sem relação direta com a realidade ambiental local.

Gabarito explicado

Gabarito: C) Os saberes indígenas, integrados às práticas territoriais, contribuem para a sustentabilidade ambiental e mitigação climática.

Explicação:

A relação entre povos indígenas e território está baseada em práticas sustentáveis, de uso racional dos recursos e saberes tradicionais acumulados, o que os torna aliados essenciais no enfrentamento das mudanças climáticas e preservação da biodiversidade.

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Exercício 2

O Decreto Federal n. 7.390/2010, que regulamenta a Lei da Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC) no Brasil, projeta que as emissões nacionais de gases de efeito estufa (GEE) em 2020 serão de 3,236 milhões. Esse mesmo decreto define o compromisso nacional voluntário do Brasil em reduzir as emissões de GEE projetadas para 2020 entre 38,6% e 38,9%.

BRASIL. Decreto n. 7.390, de 9 de dezembro de 2010. Disponível em: www.planalto.gov.br. Acesso em: 2 jun. 2014 (adaptado).

O Decreto n. 7.390/2010 estabeleceu uma meta voluntária para o Brasil na redução de emissões de gases do efeito estufa. Essa política está alinhada com a busca por soluções locais frente a um problema de escala global.

A principal justificativa geográfica para o estabelecimento de metas nacionais de redução de emissão de GEE é:

A) A concentração exclusiva da poluição atmosférica nas regiões urbanas do Sudeste.

B) A responsabilidade compartilhada na governança climática global.

C) A necessidade de priorizar o crescimento econômico antes da questão ambiental.

D) A predominância da agricultura de subsistência como maior emissora de GEE.

E) A baixa vulnerabilidade dos biomas brasileiros às alterações climáticas.

Gabarito explicado

Gabarito: B) A responsabilidade compartilhada na governança climática global.

Explicação:

A geografia reconhece que, embora o problema climático seja global, sua solução exige compromissos locais e regionais. O Brasil, como país com biomas diversos e alta emissão agrícola e energética, deve assumir compromissos compartilhados com a comunidade internacional.

Exercício 3

Segundo a Conferência de Quioto, os países centrais industrializados, responsáveis históricos pela poluição, deveriam alcançar a meta de redução de 5,2% do total de emissões segundo níveis de 1990. O nó da questão é o enorme custo desse processo, demandando mudanças radicais nas indústrias para que se adaptem rapidamente aos limites de emissão estabelecidos e adotem tecnologias energéticas limpas. A comercialização internacional de créditos de sequestro ou de redução de gases causadores do efeito estufa foi a solução encontrada para reduzir o custo global do processo. Países ou empresas que conseguirem reduzir as emissões abaixo de suas metas poderão vender este crédito para outro país ou empresa que não consiga.

BECKER, B. Amazônia: geopolítica na virada do II milênio. Rio de Janeiro: Garamond, 2009.

A solução encontrada no Protocolo de Quioto para reduzir os custos das mudanças industriais exigidas para mitigar as emissões foi a comercialização de créditos de carbono.

Essa política climática se relaciona diretamente com qual lógica geográfica contemporânea?

A) Reafirmação da soberania estatal sobre a natureza como recurso estratégico.

B) Valorização da ciência como única forma de entender o território.

C) Inserção do meio ambiente na lógica econômica globalizada, como ativo negociável.

D) Rejeição do mercado como instrumento para enfrentar problemas ambientais.

E) Substituição do Estado pelas ONGs como principal agente de regulamentação territorial.

Gabarito explicado

Gabarito: C) Inserção do meio ambiente na lógica econômica globalizada, como ativo negociável.

Explicação:

Os créditos de carbono demonstram como o meio ambiente foi incorporado à lógica do mercado global. A atmosfera passa a ser tratada como um "bem comum" mensurável e passível de transações econômicas, dentro da geoeconomia contemporânea.

Exercício 4

O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (na sigla em inglês, IPCC) prevê que nas próximas décadas o planeta passará por mudanças climáticas e propõe estratégias de mitigação e adaptação a elas. As estratégias de mitigação são direcionadas à causa dessas mudanças, procurando reduzir a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera. As estratégias de adaptação, por sua vez, são direcionadas aos efeitos dessas mudanças, procurando preparar os sistemas humanos às mudanças climáticas já em andamento, de modo a reduzir seus efeitos negativos.

IPCC, 2014. Climate Change 2014: synthesis report. Disponível em: http://ar5-syr.ipcc.ch. Acesso em: 22 out. 2015 (adaptado).

O IPCC propõe estratégias de mitigação e adaptação frente às mudanças climáticas. Ambas possuem dimensões territoriais importantes, pois afetam e são aplicadas em diferentes escalas espaciais.

Um exemplo de estratégia de adaptação climática é:

A) Redução da emissão de CO₂ pelas indústrias automobilísticas.

B) Substituição do uso de combustíveis fósseis por fontes renováveis.

C) Elevação da produtividade agrícola por meio da mecanização intensiva.

D) Desmatamento de áreas para cultivo de biocombustíveis.

E) Construção de sistemas de irrigação resistentes à seca em áreas semiáridas.

Gabarito explicado

Gabarito: E) Construção de sistemas de irrigação resistentes à seca em áreas semiáridas.

Explicação:

Estratégias de adaptação buscam preparar a sociedade para os efeitos já existentes ou inevitáveis das mudanças climáticas. A construção de sistemas de irrigação em regiões vulneráveis é uma medida concreta de adaptação, especialmente em regiões semiáridas como o Nordeste brasileiro.

Exercício 5

A questão ambiental, uma das principais pautas contemporâneas, possibilitou o surgimento de concepções políticas diversas, dentre as quais se destaca a preservação ambiental, que sugere uma ideia de intocabilidade da natureza e impede o seu aproveitamento econômico sob qualquer justificativa.

PORTO-GONÇALVES, C. W. A globalização da natureza e a natureza da globalização. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006 (adaptado).

O conceito de preservação ambiental é distinto do de conservação. A primeira propõe a proteção integral de determinados ambientes naturais.

Sobre a concepção de preservação ambiental, é correto afirmar:

A) Permite a exploração de recursos naturais desde que com tecnologias limpas.

B) Estimula o crescimento urbano em áreas de mata preservada.

C) Aplica-se exclusivamente a unidades de conservação de uso sustentável.

D) Impede qualquer forma de uso ou intervenção antrópica nas áreas protegidas.

E) É aplicada apenas em áreas urbanas com poluição atmosférica.

Gabarito explicado

Gabarito: D) Impede qualquer forma de uso ou intervenção antrópica nas áreas protegidas.

Explicação:

A preservação ambiental é um conceito que visa à intocabilidade dos ecossistemas, o que a distingue da conservação, que permite uso controlado. Esse tipo de política é aplicada, por exemplo, em parques nacionais de proteção integral.

Exercício 6

A interface clima/sociedade pode ser considerada em termos de ajustamento à extensão e aos modos como as sociedades funcionam em uma relação harmônica com seu clima. O homem e suas sociedades são vulneráveis às variações climáticas. A vulnerabilidade é a medida pela qual uma sociedade é suscetível de sofrer por causas climáticas.

AYOADE, J. O. Introdução a climatologia para os trópicos. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2010 (adaptado).

Segundo Ayoade, as sociedades são desigualmente vulneráveis às mudanças climáticas. A Geografia considera que a vulnerabilidade climática está relacionada a fatores naturais e socioeconômicos.

Nesse sentido, qual fator aumenta a vulnerabilidade de uma comunidade aos efeitos climáticos?

A) Dependência econômica de atividades sensíveis ao clima, como a agricultura.

B) Existência de infraestrutura urbana adaptada ao risco.

C) Alta capacidade de resposta institucional a eventos extremos.

D) Disponibilidade de sistemas de alerta e evacuação.

E) Planejamento urbano com base em mapas de risco.

Gabarito explicado

Gabarito: A) Dependência econômica de atividades sensíveis ao clima, como a agricultura.

Explicação:

Regiões e comunidades cuja economia depende diretamente do clima — como a agricultura — são mais vulneráveis aos eventos extremos, como secas e enchentes, pois possuem menos capacidade de adaptação e maior risco socioeconômico.

Exercício 7

Massas de ar e mudanças climáticas

A imagem mostra a alteração no padrão da ZCAS (Zona de Convergência do Atlântico Sul) em 2014, associada à crise hídrica em São Paulo.

A mudança na circulação atmosférica que levou à crise hídrica em 2014 foi causada por:

A) Intensificação das frentes frias vindas da Antártica.

B) Redução do fluxo de umidade da Amazônia em direção ao Sudeste.

C) Formação de ciclones tropicais sobre o Oceano Atlântico.

D) Atuação intensa da mPa sobre a Região Norte.

E) Expansão do anticiclone polar para o Centro-Oeste.

Gabarito explicado

Gabarito: B) Redução do fluxo de umidade da Amazônia em direção ao Sudeste.

Explicação:

Em 2014, a ZCAS foi desviada para longe do Sudeste, e o bloqueio atmosférico impediu que o ar úmido da Amazônia atingisse essa região. O fenômeno comprometeu o abastecimento hídrico, revelando a importância dos rios voadores e da integração climática continental.

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Vinícius Marques
Vinícius Marques
Formado pela UNESP - Rio Claro (2016), é professor de Geografia e Ciências Humanas. Atua na educação básica (Ensino Fundamental II e Médio) e cursos pré-vestibular desde 2012, tendo experiência em projetos sociais, escolas públicas e privadas.