Exercícios sobre a terceira lei de Newton (com gabarito explicado)
A Terceira Lei de Newton, também conhecida como lei da ação e reação, está presente em situações do cotidiano, como o voo de aviões, a natação ou até mesmo o recuo de um canhão. Para ajudar você a compreender melhor esse princípio e se preparar para provas como o ENEM, reunimos exercícios resolvidos com gabarito explicado, que mostram como aplicar a lei em diferentes contextos práticos.
Bons estudos!
Questão 1
A tecnologia de propulsão a jato, utilizada em aviões modernos, é um exemplo fascinante da aplicação das Leis de Newton. Dentro do motor a jato, o ar é admitido, comprimido, misturado com combustível e queimado. A queima gera uma expansão violenta de gases que são expelidos em alta velocidade pela parte traseira do motor. É essa expulsão de gases que impulsiona a aeronave para frente, permitindo que ela acelere na pista e ganhe os céus.
Considerando o momento em que um avião a jato acelera em uma pista horizontal, o par de forças que descreve a ação e reação responsável por impulsionar o avião para frente, de acordo com a Terceira Lei de Newton, é:
a) A força que os gases quentes exercem sobre o motor do avião (empurrando-o para a frente) e a força de resistência do ar sobre a fuselagem do avião (empurrando-o para trás).
b) A força de empuxo do motor (para a frente) e a força de atrito das rodas com a pista (para trás), que se opõe ao movimento inicial.
c) A força que o avião, através de seus motores, exerce sobre a massa de gases (empurrando-a para trás) e a força que a massa de gases exerce sobre o avião (empurrando-o para a frente).
d) A força peso do avião (para baixo) e a força normal exercida pela pista sobre as rodas do avião (para cima), que o sustenta na horizontal.
Resposta correta: alternativa c) A força que o avião, através de seus motores, exerce sobre a massa de gases (empurrando-a para trás) e a força que a massa de gases exerce sobre o avião (empurrando-o para a frente).
A Terceira Lei de Newton afirma que para toda ação existe uma reação de mesma intensidade, mesma direção e sentido oposto, atuando em corpos distintos. A questão pede o par de forças que impulsiona o avião.
Vamos analisar cada alternativa à luz dessa lei:
a) Esta alternativa descreve duas forças que atuam no mesmo corpo (o avião): a força dos gases e a resistência do ar. Um par ação-reação nunca atua no mesmo corpo. Além disso, a natureza das forças é diferente (uma de propulsão, outra de arrasto). A lternativa está errada.
b) Assim como na alternativa A, esta descreve duas forças distintas (empuxo e atrito) que atuam no mesmo corpo, o avião. Elas são forças que compõem o balanço de forças sobre o avião, mas não formam um par ação-reação entre si. A alternativa está errada.
c) Esta alternativa descreve perfeitamente o par ação-reação.
- Ação: O motor do avião exerce uma força sobre os gases, expelindo-os para trás. O corpo que sofre a ação é a massa de gases.
- Reação: A massa de gases, ao ser expelida, exerce uma força de mesma intensidade e sentido oposto sobre o motor do avião, empurrando-o para a frente. O corpo que sofre a reação é o avião.
As forças atuam em corpos diferentes (avião e gases), têm a mesma natureza (interação entre eles) e sentidos opostos. É essa força de reação que efetivamente acelera a aeronave. Alternativa correta.
d) Esta é uma das confusões mais clássicas. A força peso e a força normal atuam no mesmo corpo (o avião), mas não são um par ação-reação. A força peso é a atração que a Terra exerce sobre o avião. A sua reação seria a força de atração que o avião exerce sobre a Terra. A força normal é a força de contato que a pista exerce sobre o avião; sua reação é a força que o avião exerce sobre a pista. A alternativa está errada.
Questão 2
Em investigações de acidentes de trânsito, peritos analisam as forças envolvidas durante as colisões para reconstruir os eventos. Um cenário comum é a colisão frontal entre veículos de massas muito diferentes, como um caminhão de carga e um carro de passeio. Intuitivamente, observa-se que os danos e as consequências para os ocupantes são drasticamente maiores no carro do que no caminhão. Essa observação pode levar a conclusões equivocadas sobre as forças de interação durante o impacto.
Considere uma colisão frontal em uma estrada retilínea entre um caminhão de massa M e um carro de massa m, tal que M > m. Durante o curtíssimo intervalo de tempo em que os dois veículos estão em contato, qual afirmação descreve corretamente a relação entre as forças de interação trocadas entre eles, segundo as Leis de Newton?
a) A força que o caminhão exerce sobre o carro é muito mais intensa do que a força que o carro exerce sobre o caminhão, sendo essa diferença a causa direta da maior deformação e aceleração sofrida pelo carro.
b) A força que o caminhão exerce sobre o carro tem a mesma intensidade da força que o carro exerce sobre o caminhão, embora os efeitos (acelerações) em cada veículo sejam muito diferentes.
c) A força resultante sobre o sistema "carro-caminhão" é nula durante a colisão, pois as forças de ação e reação, por serem iguais e opostas, se anulam mutuamente, e a deformação ocorre apenas pela dissipação da energia cinética.
d) A intensidade da força de impacto em cada veículo é diretamente proporcional à sua massa. Portanto, a força que o caminhão exerce é maior, enquanto a força que o carro exerce é menor, e ambas são responsáveis pela desaceleração conjunta.
Resposta correta: alternativa b) A força que o caminhão exerce sobre o carro tem a mesma intensidade da força que o carro exerce sobre o caminhão, embora os efeitos (acelerações) em cada veículo sejam muito diferentes.
Esta questão é desafiadora porque a resposta correta contradiz nossa intuição imediata baseada na observação dos danos. Vamos precisar separar o conceito de força do conceito de efeito da força, ou seja, aceleração e dano.
a) Esta é a alternativa que apela para a intuição e a observação direta dos danos. É o erro mais comum. A Terceira Lei de Newton é categórica: a força de interação (o par ação-reação) entre dois corpos é sempre de mesma intensidade (módulo). A maior deformação do carro não se deve a uma força maior, mas sim a outros fatores (como a menor massa e menor resistência estrutural).
b) Esta afirmativa descreve com precisão a situação à luz da Física, pois pela Terceira Lei de Newton temos que a força que o caminhão exerce no carro (Fcaminhão→carro) e a força que o carro exerce no caminhão (Fcarro→caminhão) formam um par ação-reação. Portanto, elas têm exatamente a mesma intensidade, mesma direção e sentidos opostos.
Pela Segunda Lei de Newton (F = m⋅a) a aceleração de uma força depende da massa do corpo sobre o qual ela atua ou a = F/m. Como a força F é a mesma para ambos, mas a massa do carro (m) é muito menor que a do caminhão (M), a aceleração (ou, no caso, desaceleração) do carro será drasticamente maior ou:
acarro = F/m >> acaminhão = F/M
É essa aceleração gigantesca que causa os danos severos e o perigo aos ocupantes do carro. A alternativa está correta.
c) Esta alternativa comete um erro conceitual fundamental. As forças de ação e reação nunca se anulam, porque atuam em corpos diferentes. A força que o caminhão exerce atua no carro, e a força que o carro exerce atua no caminhão. Para que forças se anulem, elas precisam atuar no mesmo corpo.
d) Esta alternativa propõe uma relação incorreta, sugerindo que a força depende da massa do corpo que a exerce, o que não é o princípio da Terceira Lei. A lei estabelece a igualdade das forças de interação, independentemente das massas dos corpos envolvidos. A massa influencia a consequência da força, não a intensidade da força de reação.
Questão 3
A natação é um dos esportes mais completos e eficientes em termos biomecânicos. Um nadador profissional consegue deslizar pela água com impressionante velocidade e graciosidade. Para impulsionar-se, ele utiliza movimentos coordenados de braços e pernas que "empurram" a água para trás. Curiosamente, quanto mais força o nadador consegue aplicar contra a água, maior será sua aceleração para a frente. Esse fenômeno ilustra perfeitamente um dos princípios fundamentais da mecânica clássica.
Durante uma competição de natação estilo livre, um atleta executa uma braçada poderosa para acelerar em direção à borda da piscina. Considerando os princípios da Terceira Lei de Newton, a explicação correta para o aumento da velocidade do nadador é:
a) A aceleração do nadador ocorre devido ao princípio de ação e reação: ele exerce uma força sobre a água empurrando-a para trás, e a água, como reação, exerce uma força de igual intensidade sobre ele, impulsionando-o para a frente.
b) O nadador acelera porque a força de empuxo exercida pela água sobre seu corpo supera temporariamente a força peso, gerando uma resultante que o impulsiona horizontalmente para a frente.
c) O movimento para a frente é resultado da diminuição da resistência (atrito) da água ao movimento do nadador, permitindo que a força muscular aplicada por ele se torne mais eficiente na propulsão.
d) A aceleração é causada pela diferença de pressão criada pelo movimento dos braços: alta pressão atrás das mãos e baixa pressão à frente, gerando uma força resultante que puxa o nadador na direção do movimento.
Resposta correta: alternativa a) A aceleração do nadador ocorre devido ao princípio de ação e reação: ele exerce uma força sobre a água empurrando-a para trás, e a água, como reação, exerce uma força de igual intensidade sobre ele, impulsionando-o para a frente.
Vamos analisar cada uma das alternativas:
a) Esta alternativa confunde o empuxo com a força de propulsão. O empuxo é uma força vertical que age sobre qualquer corpo imerso em um fluido, equilibrando (total ou parcialmente) o peso do nadador. Ela é responsável pela flutuação, não pela propulsão horizontal. Além disso, o empuxo é praticamente constante durante a natação e não explica a variação da velocidade horizontal do nadador.
b) Esta é a aplicação direta e precisa da Terceira Lei de Newton no contexto da natação.
- Ação: O nadador, através do movimento coordenado de braços e pernas, exerce uma força sobre a água, empurrando-a para trás e para baixo.
- Reação: A água, como resposta, exerce sobre o nadador uma força de mesma intensidade, mesma direção e sentido oposto, impulsionando-o para a frente e ligeiramente para cima.
As forças atuam em corpos diferentes (nadador empurra a água; água empurra o nadador) e é essa força de reação da água que efetivamente acelera o nadador.
c) Embora a eficiência hidrodinâmica seja importante na natação, a diminuição do atrito (resistência) por si só não gera movimento. A resistência da água é uma força de oposição ao movimento, e sua redução apenas permite que a força propulsiva seja mais eficaz. No entanto, a causa primária da aceleração não é a diminuição da resistência, mas sim a força de reação da água em resposta à ação do nadador.
d) Esta alternativa descreve um princípio válido da hidrodinâmica (similar ao princípio de Bernoulli), que de fato pode contribuir para a propulsão em algumas situações. No entanto, ela não constitui a explicação principal nem a mais direta para a propulsão na natação estilo livre. O mecanismo primário continua sendo o princípio de ação e reação: o nadador empurra a água, e a água o empurra de volta. As diferenças de pressão são consequências mais complexas do movimento, não a causa fundamental.
Questão 4
O magnetismo é um fenômeno que permite a interação entre objetos sem a necessidade de contato físico. Em uma demonstração de laboratório, um estudante segura um poderoso ímã de neodímio fixo em sua mão e aproxima um pequeno clipe de ferro. Ele observa que, a partir de uma certa distância, o clipe é puxado e acelera rapidamente em direção ao ímã, até se chocar com ele. A aceleração visível do clipe, enquanto o ímã permanece parado na mão do estudante, pode gerar questionamentos sobre a natureza das forças envolvidas.
Considerando a interação exclusivamente entre o ímã e o clipe durante a aproximação (antes do contato), e com base na Terceira Lei de Newton, qual das seguintes afirmações descreve corretamente as forças magnéticas trocadas entre eles?
a) A força que o ímã exerce sobre o clipe é maior do que a força que o clipe exerce sobre o ímã, pois o ímã é a fonte do campo magnético e é o único corpo que causa a aceleração observada.
b) A força que o ímã exerce sobre o clipe tem exatamente a mesma intensidade que a força que o clipe exerce sobre o ímã, embora apenas o clipe apresente uma aceleração visível devido à sua massa muito menor.
c) Apenas o ímã exerce uma força magnética (sobre o clipe), pois o clipe é feito de ferro, um material que é atraído mas não gera seu próprio campo magnético para exercer uma força de volta no ímã.
d) A força que o clipe exerce sobre o ímã é nula, uma vez que o ímã está em repouso na mão do estudante, o que indica que a força resultante sobre ele é zero e, portanto, nenhuma força individual está atuando nele.
Resposta correta: alternativa b) A força que o ímã exerce sobre o clipe tem exatamente a mesma intensidade que a força que o clipe exerce sobre o ímã, embora apenas o clipe apresente uma aceleração visível devido à sua massa muito menor.
Para resolver esta questão precisamos aplicar a Terceira Lei de Newton a forças de campo (que não exigem contato) e diferenciar o conceito de força de interação do seu efeito observável, ou seja, a aceleração.
a) Esta é a alternativa que se baseia na intuição e na observação direta, representando o erro mais comum. A Terceira Lei de Newton afirma que as forças do par ação-reação são sempre de igual intensidade, independentemente das massas ou do estado de movimento dos corpos. A aceleração visível do clipe não se deve a uma força maior, mas a uma massa menor.
b) Esta alternativa descreve perfeitamente a situação. A Terceira Lei garante que a força de atração que o ímã exerce no clipe é idêntica em módulo à força de atração que o clipe exerce no ímã. A Segunda Lei de Newton (F = m⋅a) explica por que os efeitos são diferentes: como a força F é a mesma para ambos, o corpo de menor massa (o clipe) sofrerá uma aceleração (a = F/m) muito maior e, portanto, visível. O ímã (e a mão do estudante) sofre a mesma força, mas sua massa combinada é tão grande que a aceleração resultante é desprezível.
c) Esta alternativa apresenta um erro conceitual sobre magnetismo e interação. Para que haja uma força de atração, deve haver uma interação mútua. O campo do ímã induz uma magnetização no clipe de ferro, que então passa a interagir com o ímã, atraindo-o de volta. Se o clipe não exercesse uma força de volta, não haveria força de atração para começo de conversa. A interação é sempre uma via de mão dupla.
d) Esta alternativa confunde força de interação individual com força resultante. O ímã está em repouso porque a força resultante sobre ele é zero. Isso significa que a força que o clipe exerce sobre o ímã está sendo equilibrada por outra força: a força que a mão do estudante exerce sobre o ímã. A força do clipe sobre o ímã não é nula; ela está simplesmente sendo anulada por outra força externa ao sistema "ímã-clipe".
Questão 5
No ambiente de microgravidade do espaço, os astronautas flutuam livremente. Se um astronauta fica parado no espaço, sem nenhum cabo de segurança ou propulsor, mover-se em direção à estação espacial pode ser um desafio. Um método engenhoso para gerar movimento é utilizar o princípio da ação e reação. Ao arremessar um objeto em uma direção, o astronauta será impulsionado na direção oposta.
Uma astronauta, com massa total (incluindo traje) de M = 90 kg, encontra-se em repouso no espaço. Para retornar à sua nave, ela arremessa uma caixa de ferramentas de massa m = 10 kg na direção oposta à da nave. Durante o arremesso, enquanto sua mão está em contato com a caixa, ela aplica uma força constante que resulta em uma aceleração de 4,5 m/s² para a caixa.
Qual é a magnitude da aceleração que a astronauta adquire durante esse mesmo intervalo de tempo?
a) 5,00 m/s²
b) 4,50 m/s²
c) 0,50 m/s²
d) 0,45 m/s²
Resposta correta: alternativa c) 0,50 m/s²
Para resolver esta questão vamos aplicar a Segunda e a Terceira Lei de Newton.
Vamos primeiro entender a interação usando a Terceira Lei de Newton que afirma que a força que a astronauta exerce sobre a caixa (Ação) é igual em intensidade e oposta em sentido à força que a caixa exerce sobre a astronauta (Reação).
Portanto: | Fastronauta → caixa| = | Fcaixa → astronauta|
Vamos calcular a força aplicada à caixa usando a Segunda Lei de Newton F = m ⋅ a. Podemos usar os dados da caixa de ferramentas para encontrar a intensidade da força de interação.
Força na caixa = massa da caixa . aceleração da caixa
F = 10 kg . 4,5 m/s²
F = 45 N
Vamos aplicar essa força à astronauta usando a Terceira Leique diz que a força que a caixa exerce sobre a astronauta também tem intensidade igual a 45 N. É essa força de reação que acelera a astronauta.
Vamos então calcular a aceleração da astronauta usando novamente a Segunda Lei de Newton.
Força na astronauta = massa da astronauta aceleração da astronauta
45 N = 90 kg . aastronauta
aastronauta = 45 N / 90 kg
aastronauta = 0,5 m/s²
Questão 6
A patinação no gelo é um esporte que exemplifica de forma clara as leis do movimento. Em uma superfície de gelo com atrito desprezível, qualquer força interna entre dois patinadores resulta em movimento. Um movimento comum em apresentações de patinação artística é o "empurrão", no qual dois patinadores, inicialmente em repouso um de frente para o outro, se empurram para se moverem em direções opostas.
Dois patinadores, Ana (Massa A = 50 kg) e Bruno (Massa B = 75 kg), estão parados um de frente para o outro em uma pista de gelo perfeitamente lisa, ou seja, com atrito desprezível. Ana empurra Bruno com as mãos. Durante o breve instante do empurrão, os sensores de um experimento medem que Bruno adquire uma aceleração de magnitude 2,0 m/s².
Qual é o valor da aceleração adquirida por Ana nesse mesmo instante?
a) 1,33 m/s²
b) 2,00 m/s²
c) 3,00 m/s²
d) 4,50 m/s²
Resposta correta: alternativa c) 3,00 m/s²
Para resolver esta questão vamos utilizar a Terceira Lei de Newton para determinar a força de interação e, em seguida, usaremos a Segunda Lei de Newton para calcular o valor da aceleração resultante de Ana.
A força que Ana exerce sobre Bruno (Força de ação) tem a mesma intensidade (módulo) da força que Bruno exerce sobre Ana (Força de reação). Mesmo que Ana inicie o empurrão, no momento do contato, Bruno também a empurra de volta com uma força idêntica.
Matematicamente, temos: | FAna → Bruno| = | FBruno → Ana|
Vamos calcular a intensidade da força de interação usando os dados de Bruno na Segunda Lei de Newton ou F = m ⋅ a.
FB = Força em Bruno = Massa de Bruno . Aceleração de Bruno
FB = 75 kg . 2,0 m/s²
FB = 150 N
Vamos agora usar a força de reação para encontrar a aceleração de Ana. De acordo com a Terceira Lei, a força que Bruno exerce sobre Ana também é de 150 N. É essa força que acelera Ana na direção oposta. Aplicamos a Segunda Lei de Newton para Ana.
FA = Força em Ana = Massa de Ana . Aceleração de Ana
150 N = 50 kg × aAna
aAna = 150 N / 50 kg
aAna = 3,0 m/s²
Questão 7
Em testes de balística para artilharia histórica, a análise do recuo do canhão é tão importante quanto o estudo da trajetória do projétil. O disparo de um canhão é uma demonstração explosiva e instantânea das leis fundamentais da mecânica, em especial da interação entre o canhão e o projétil. O recuo, se não controlado, pode danificar a estrutura e ferir os operadores.
Um canhão de massa 2000 kg, montado sobre rodas com atrito desprezível, dispara horizontalmente um projétil de 10 kg. A força média exercida pelos gases da explosão sobre o projétil durante o disparo é de 50000 N.
Com base nesses dados e nas Leis de Newton, analise as afirmativas a seguir:
I. A força média que o projétil exerce sobre o canhão durante o disparo, conhecida como força de recuo, tem uma intensidade de 50000 N.
II. A aceleração de recuo adquirida pelo canhão durante o disparo tem uma magnitude de 25 m/s².
III. A aceleração do projétil é 200 vezes maior, em magnitude, do que a aceleração de recuo do canhão.
Está correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) I, II e III.
Resposta correta: alternativa d) I, II e III.
Vamos aplicar a Terceira Lei de Newton para cada alternativa para entender a relação entre as forças, e a Segunda Lei de Newton (F = m⋅a) para realizar os cálculos de aceleração.
Análise da Afirmativa I: A força que os gases exercem sobre o projétil (Força de ação) é de 50000 N. Pela Terceira Lei de Newton, o projétil exerce uma força de reação sobre o sistema (gases + canhão) de mesma intensidade e sentido oposto. Portanto, a força de recuo que atua sobre o canhão também é de 50000 N.
A afirmativa I está correta.
Análise da Afirmativa II: Esta afirmativa pede a aceleração do canhão. Usando a força de recuo determinada na afirmativa I ou aplicando diretamente a Terceira Lei e a massa do canhão. Temos, pela Segunda Lei de Newton que:
Frecuo = Fcanhão = mcanhão . acanhão
acanhão = Frecuo / mcanhão
acanhão = 50000 N / 2000 kg
acanhão = 25 m/s²
O valor calculado e igual ao da afirmativa, portanto, ela está correta.
Análise da Afirmativa III: Para verificar esta afirmativa, primeiro vamos calcular a aceleração do projétil e depois vamos compará-la com a aceleração do canhão (calculada na afirmativa II).
Cálculo da aceleração do projétil:
Fprojétil = mprojétil . aprojétil
aprojétil = Fprojétil / mprojétil
aprojétil = 50000 N / 10 kg
aprojétil = 5000 m/s²
Vamos comparar as acelerações:
Razão = aprojétil / acanhão
Razão = 5000 m/s² / 25 m/s²
Razão = 200
A aceleração do projétil é, de fato, 200 vezes maior que a do canhão. A afirmativa está correta.
Como as três afirmativas (I, II e III) são verdadeiras, a alternativa correta é a d).
Questão 8
Para otimizar o envio de satélites e sondas ao espaço profundo, são utilizados foguetes de múltiplos estágios. Após a queima do combustível de um estágio, ele se torna um peso morto e é descartado para que o estágio seguinte, mais leve, prossiga a jornada. Esse processo de separação ocorre por meio de um mecanismo (molas ou pequenas cargas pirotécnicas) que empurra os dois estágios em direções opostas.
Considere um foguete em uma região do espaço com gravidade e resistência do ar desprezíveis. O foguete consiste em dois estágios acoplados. O Estágio 1 (inferior, já sem combustível) tem massa M1 = 8.000 kg, e o Estágio 2 (superior, com a carga útil) tem massa M2 = 2.000 kg. No momento da separação, um mecanismo interno exerce uma força que empurra os estágios. A aceleração resultante no Estágio 2 é medida como sendo de 6,0 m/s² em relação ao centro de massa do sistema.
Com base nesta situação e nas Leis de Newton, analise as afirmativas:
I. A força de separação que atua sobre o Estágio 1, empurrando-o para trás, tem uma intensidade de 12.000 N.
II. A aceleração resultante do Estágio 1, devido à separação, é de 1,5 m/s².
III. A aceleração do centro de massa do sistema "Estágio 1 + Estágio 2" permanece nula durante o processo de separação, pois as forças de interação são internas ao sistema.
Está correto o que se afirma em:
a) I, II e III.
b) I, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I e II, apenas.
Resposta correta: alternativa a) I, II e III.
Vamos analisar cada afirmativa, combinando o conceito da Terceira Lei de Newton com os cálculos da Segunda Lei e a compreensão sobre sistemas isolados.
Análise da Afirmativa I: Primeiro, vamos calcular a força que atuou no Estágio 2 para lhe conferir a aceleração medida.
FEstágio2 = M2 ⋅ a2
FEstágio2 = 2.000 kg ⋅ 6,0 m/s²
FEstágio2 = 12.000 N
Pela Terceira Lei de Newton, a força que o Estágio 1 exerce no Estágio 2 é igual em intensidade à força que o Estágio 2 exerce no Estágio 1. Portanto, a força que atua sobre o Estágio 1 também é de 12.000 N e a afirmativa está correta.
Análise da Afirmativa II:
Utilizaremos a força de 12.000 N (determinada pela análise anterior) e a massa do Estágio 1 para encontrar sua aceleração, usando a Segunda Lei de Newton.
FEstágio1 = M1 . a1
a1 = FEstágio1 / M1
a1 = 12.000 N / 8.000 kg
a1 = 1,5 m/s²
O valor calculado é o mesmo dado na afirmativa. Portanto, ela está correta.
Análise da Afirmativa III: As forças de separação entre os estágios são forças internas ao sistema composto pelos dois estágios. Em um sistema isolado (sem forças externas, como no espaço profundo), as forças internas atuam em pares ação-reação que, para o sistema como um todo, se cancelam. Elas podem alterar o movimento relativo das partes do sistema, mas não podem alterar a velocidade (e, portanto, não podem gerar uma aceleração) do centro de massa do sistema. Como o sistema estava em movimento uniforme antes da separação, seu centro de massa continuará em movimento uniforme, ou seja, com aceleração nula.
A afirmativa apresenta um princípio físico correto e aplicável à situação. Ela está correta.
Como as três afirmativas (I, II e III) são verdadeiras, a alternativa correta é a a).
Continue praticando com exercícios de Leis de Newton (comentados e resolvidos).
Exercícios sobre a terceira lei de Newton (com gabarito explicado). Toda Matéria, [s.d.]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/exercicios-sobre-a-terceira-lei-de-newton-com-gabarito-explicado/. Acesso em:
 
                                     
     
        