Exercício sobre Niilismo (com questões resolvidas)

O Niilismo é uma corrente filosófica que convencionalmente é associada à ideia de pessimismo, em virtude de seus autores colocarem em questão o sentido da existência humana e a validade dos princípios morais que regem a vida.

Apesar do termo niilismo ter surgido de "nihil" que significa "nada", a corrente não defende em sua totalidade a inexistência e o fim de tudo. Se tomarmos a perspectiva nietzscheana do niilismo ativo, veremos que há uma afirmação da vida.

Alguns comentadores veem no pensamento de Nietzsche quatro formas de niilismo: niilismo passivo, ativo, reativo e negativo.

Em seu aspecto ativo, o niilismo de Nietzsche é afirmativo da vida, ele representa uma vontade de potência criadora de novos valores e sentidos. Essa forma de niilismo se movimenta em oposição às concepções e aos valores da tradição e da religião (niilismo negativo), que exaltam uma vida além mundo, uma vida idealizada e transcendente a realidade. Assim, indo, pela perspectiva do niilismo ativo, não é possível defender que o niilismo propõe o fim de todas as coisas, nem que há uma verdade absoluta que todos devem seguir sem duvidar.

Sobre a afirmação III: devemos lembrar que São Tomás foi um pensador cristão do Medievo que defendia como caminho do homem a elevação mediante o desenvolvimento intelectual, no intuito de conhecer a Deus (fim último do homem). Logo, ele não pode ser enquadrado com um pensador do niilismo.

A frase em a) é de Jean-Jacques Rousseau, um pensador considerado como pertencente à corrente contratualista.

A frase em b) é de Friedrich Nietzsche, filósofo que colabora e caracteriza a corrente niilista.

A frase em c) é de Kant, um pensador que, apesar de criticar os paradigmas vigentes, colocava a razão em alta conta e confiava que o esclarecimento conduziria o homem a uma ação autônoma e com base na lei moral - algo contrário às ideias niilistas.

A frase em d) é de Maquiavel, um teórico político que em sua obra O príncipe escreve orientações sobre como um governante deve agir para manter o poder.

Segundo os comentadores de Nietzsche, o niilismo passivo “é o resultado do pessimismo extremo que já não admite mais a criação de valores porque tudo é em vão” (SOARES, 2013, p. 78). É um niilismo regressivo e marcado pelo ressentimento.

Emil Cioran (1911-1995) foi um filósofo romeno que se dizia “obcecado pelo pior”. Há quem o considere um niilista radical, com uma filosofia desesperada. Entre suas obras, destacam-se: Nos Cumes do Desespero e O Livro das Ilusões.

Para Arthur Schopenhauer (1788-1860), a única forma do homem romper com a dor e com o sofrimento é negando a vontade, ou seja, assumindo um estado de ascese. Isso porque a vontade é a essência do homem e do mundo, o que torna a vida algo marcado pela dor das necessidades a serem satisfeitas. Como, a cada “querer” satisfeito, surge um novo “querer”, pois a vontade é insaciável, cabe ao homem que se autoconhece buscar uma redenção total de sua dor.

Gianni Vattimo (1936 – 2023) é um filósofo contemporâneo, leitor de Nietzsche e Heidegger. Em sua concepção acerca do “pensamento débil” ou “fraco”, Vattimo aponta para consciência que percebe a impossibilidade da razão ser possuidora da verdade e para impossibilidade de se haver uma metafísica com fundamentos seguros ao tratar sobre o homem, sobre os valores humanos, Deus etc.