Espaço industrial brasileiro

O espaço industrial brasileiro é desigual e foi moldado historicamente por diversos processos e fases.

A região Sudeste é a mais industrializada e o maior polo industrial do país porque começou seu processo industrial há mais tempo. A região Norte é a menos industrializada por suas características geográficas, infraestrutura limitada e a distância dos grandes mercados.

A localização industrial é influenciada por diversos fatores, como a disponibilidade de recursos naturais e mão de obra, a infraestrutura disponível, proximidade com o mercado consumidor, etc..

Distribuição do espaço industrial brasileiro

Características industriais por região do Brasil:

• Sudeste: responsável por mais da metade da produção industrial brasileira. Concentra a maior diversidade de indústrias e também as mais modernas. Grande disponibilidade de mão de obra qualificada e mercado consumidor com grande poder aquisitivo. Melhor infraestrutura de transportes;
• Sul: polo exportador de grande integração com mercados internacionais. Proximidade com mercados do Mercosul, mão de obra qualificada e diversidade de indústrias;
• Centro-Oeste: agroindústria e expansão constante. Crescimento da demanda interna da região por causa do aumento populacional. Indústrias de produtos alimentícios;
• Norte: região menos industrializada do Brasil. Incentivos fiscais na Zona Franca de Manaus, produtora de eletroeletrônicos, produtos químicos e bens de consumo. Possui dificuldades logísticas e distância dos grandes mercados consumidores;
• Nordeste: crescimento acelerado desde 1970. Proximidade com portos e aeroportos, o que facilita a exportação. Destaque para o polo petroquímico de Camaçari, na Bahia, além de indústria têxtil, automobilística, química, etc..

Fatores que influenciam a distribuição espacial das indústrias

Para a instalação de uma indústria em determinado local é preciso que alguns fatores sejam interessantes e compensatórios. Os principais fatores no Brasil são:

• Matérias-primas e recursos naturais: a proximidade e a disponibilidade de recursos e matérias-primas diminui custos de transportes e perdas produtivas;
• Infraestrutura: a proximidade com portos, rodovias e ferrovias. Além disso, a rede de energia e telecomunicações deve ser eficaz;
• Capital e investimentos: a região deve ser atrativa para o capital e para os investimentos, ou seja, deve haver a possibilidade de lucro para as empresas;
• Mão de obra: trabalhadores devem ser capacitados e qualificados para as funções é essencial para o bom funcionamento da indústria;
• Mercado consumidor: a proximidade com o mercado consumidor diminui custos com transportes e possíveis perdas de produção (produtos perecíveis, por exemplo);
• Incentivos fiscais: regiões que possuem incentivos fiscais e políticas públicas específicas para atender as indústrias são mais atrativas para o ramo.

Histórico da industrialização brasileira

O processo de industrialização brasileiro foi diretamente impacto pela produção de café do século XIX. O café foi o principal produto de exportação do Brasil, trazendo riqueza para os maiores estados produtores: São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Os produtores de café investiram os lucros das exportações em outros setores, como a indústria e o comércio. Financiaram as instalações das primeiras indústrias alimentícias, têxteis e de bens de consumo, principalmente em São Paulo.

Os primeiros bancos surgem nesse período e auxiliam no financiamento das indústrias.

A necessidade de escoamento da produção de café do interior para os portos fez surgir ferrovias, portos e estradas. A criação de infraestrutura auxiliou no processo de industrialização, pois tornou mais fácil o transporte de matérias-primas e dos produtos manufaturados.

A vinda de imigrantes para trabalhar nas fábricas também ajudou na formação de um mercado consumidor para os produtos industrializados.

Nesse período houve a diversificação da economia e o Brasil sai do modelo exclusivamente agrário para o modelo urbano e industrial.

Durante a Era Vargas (1930-1945) houve incentivo à indústria nacional de base e o estímulo à produção de bens de capital (máquinas, equipamentos). A criação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e da Petrobras foram essenciais para o desenvolvimento industrial brasileiro.

No Governo Militar (1964-1985) houve a expansão das indústrias de base (siderúrgicas, petroquímicas e metalúrgicas) e a criação de complexos industriais. Foram feitos investimentos em infraestrutura, como a construção de hidrelétricas e rodovias.

A partir da década de 1980 começa a ocorrer o processo de desconcentração industrial. Outras regiões passaram a atrair indústrias por terem impostos e terrenos mais baratos, maior mercado consumidor e infraestrutura.

Tendências da espacialização da industrialização brasileira

Algumas mudanças vêm ocorrendo no espaço industrial brasileiro. Dentre elas:

1. Desconcentração industrial relativa do Sudeste: muitas indústrias têm migrado para as regiões Sul, Centro-Oeste e Nordeste, em busca de incentivos fiscais e custos menores;
2. Interiorização da indústria: mesmo as indústrias que permanecem na região Sudeste, buscam cidades menores, fora das Regiões Metropolitanas mais conhecidas. Nesses locais os custos de terrenos e mão de obra são menores. Por exemplo, as cidades de Uberlândia (MG), Londrina (PR) e Feira de Santana (BA);
3. Crescimento de polos industriais regionais: na região Norte, o Polo Industrial de Manaus produz eletroeletrônicos. No Centro-Oeste a agroindústria está em expansão. Na região Nordeste, existem alguns polos de destaque como o petroquímico de Camaçari (BA), têxteis do Ceará e Rio Grande do Norte, e automotivo em Goiana (PE). No Sul, as cidades de Caxias do Sul (RS), Curitiba (PR) e Joinville (SC) são exemplos de indústrias de exportação e de alta tecnologia.

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