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Doutrina Monroe

A Doutrina Monroe pode ser considerada um conjunto de preceitos da diplomacia dos Estados Unidos em relação aos interesses europeus pelas nações do continente americano. Com efeito, foi anunciada em 2 de dezembro de 1823, no Congresso norte-americano, pelo então presidente James Monroe (1758-1831), que governou o país entre 1817 e 1825.

Por conseguinte, esta declaração pode ser considerada o princípio basilar da política pan-americana estadunidense na época, quando assume simbolicamente o papel de líder do continente. Na prática, estabeleceu os Estados Unidos numa posição contrária ao re-colonialismo europeu, sendo parte da política isolacionista norte-americana desde sua fundação como República.

Objetivos e Preceitos

Basicamente, a Doutrina Monroe se resume ao não estabelecimento de novas colônias nas Américas; a não intromissão europeia em assuntos internos dos países americanos; e, em contrapartida, não intervenção estadunidense em assuntos e conflitos dos países europeus.

Por sua vez, as declarações do presidente Monroe foram uma ameaça à Santa Aliança, (união entre os países monarquistas - Áustria, Rússia e França) fundada em 1815, no Congresso de Viena, pelos monarcas europeus, liderados pelo rei espanhol Fernando VII e com claros interesses de recolonização da América.

É fato histórico que os Estados Unidos foram os primeiros a reconhecer a independência dos países na América espanhola (e portuguesa) e se colocando como defensores das nações recém-emancipadas; contudo, por trás do interesse em garantir os princípios republicanos adotados por todo continente, está o desejo pela hegemonia no continente americano, o qual buscou manter livre das influências europeias após a proclamação das independências para que pudesse exercer sua própria influência. De modo semelhante, ao anunciar esta doutrina, o EUA puderam se voltar livremente para o oeste de seu território e colonizá-lo de fato.

Principais Declarações

As várias passagens do discurso proferido por 2 de dezembro de 1823, no Congresso norte-americano pelo presidente James Monroe, se resumem na máxima "América para os americanos". Contudo, destacam-se as passagens:

  • (...) os continentes americanos, em virtude da condição livre e independente que adquiriram e conservam, não podem mais ser considerados, no futuro, como suscetíveis de colonização por nenhuma potência europeia.”
  • Jamais nos imiscuímos nas guerras que as potências europeias empreenderam por questões particulares; tal é a nossa política. Somente quando nos atacam ou vemos seriamente ameaçados os nossos direitos, é que nos consideramos ofendidos ou nos preparamos para a defesa.
  • (...) sistema político das potências aliadas é essencialmente diverso, a esse respeito, do sistema político da América.”
  • (...) consideraríamos como perigosa para a nossa paz e segurança qualquer tentativa da sua parte, para estender seu sistema a qualquer parcela deste hemisfério.”
  • (...) nunca intervir nos negócios internos de qualquer potência europeia (...) sem distinção, as justas reclamações de todas as potências, mas sem tolerar ofensas de nenhuma.”

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