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Crise Econômica no Brasil

Juliana Bezerra
Juliana Bezerra
Professora de História

A crise econômica do Brasil começou por volta de 2014.

Para alguns analistas, o país só deve sair da recessão em 2020.

Origem

A crise econômica do Brasil é atribuída a uma série de fatores, pois seria impossível apontar apenas um motivo para explicá-la.

Podemos entendê-la a partir das próprias condições históricas do Brasil como o fato do país ter sido um tradicional fornecedor de matérias-primas.

Igualmente, por conta das desigualdades estruturais, quando há crescimento econômico no Brasil, nem todos os segmentos da sociedade são beneficiados.

O governo Lula começou com um país estabilizado e sem inflação. Faltava apenas começar o crescimento econômico que haviam prometido e nunca se cumpria.

Para isso, o governo Lula aplicou uma política de juros subsidiados e crédito barato para os empresários escolhidos pelo governo. Também tornou o governo um grande investidor e realizou inúmeras obras públicas.

Crise econômica no Brasil
Evolução do PIB nos governos de FHC e Lula

As consequências foram a elevação da renda das classes D e E, mudança de hábitos de consumo e investimentos, e um forte aumento de demanda por parte da população brasileira. Não foi estimulada a poupança, nem os investimentos a longo prazo.

A situação externa era favorável, pois o mundo vivia um forte aumento de exportações das commodities.

Quando a crise mundial se instalou em 2008, o governo Lula aplicou medidas que garantissem que o mercado interno, agora maior, continuasse a sustentar a demanda brasileira.

Assim, aplicou uma série de isenções de impostos a produtos eletrodomésticos, automóveis e construção. O Brasil chegou a registrar uma taxa de crescimento do PIB de 7,6% em 2010.

Entretanto, segundo o economista Ricardo Amorim, todas essas medidas estimulavam o consumo e não a produção.

O que aconteceu? A mão de obra ficou mais cara, o espaço ficou mais caro, por conta do aluguel. O que isso significa? Produzir no Brasil ficou mais caro. Entrevista Fecomercio, 14 de março de 2016.

Ainda com dúvidas? Pergunta ao Ajudante IA do Toda Matéria

Governo Dilma

No entanto, em 2010, o governo Lula termina e sua sucessora Dilma Rousseff não tem a mesma habilidade para unir o governo em torno do seu projeto.

Ela repetiu a mesmas políticas de Lula: continuaram os juros subsidiados, crédito barato para os empresários aliados do governo, acrescidas de taxas de exoneração, isenção fiscal e desvalorização cambial.

Esta simbiose entre os empresários favoritos do governo acabou gerando corrupção e ineficiência. Isto é fácil de verificar com a investigação conhecida como Lava-Jato.

Do mesmo modo, houve o congelamento de tarifas públicas para evitar o aumento da inflação. Entretanto, ocorreu a quebra de contrato com as empresas de eletricidade que acabaram repassando os custos para a população.

Crise econôminca no Brasil
Charge de Amarildo publicada na Folha de São Paulo

Com essas medidas, o país entrou em recessão técnica em meados de 2014, com queda da produção industrial, dos salários reais e do PIB em 3,8% em 2015.

Em 2015, a presidente Dilma Roussef anunciou uma série de aumentos de impostos como o IPI dos produtos industrializados e o IOF sobre as transações financeiras.

Com todas essas resoluções, várias empresas brasileiras do setor têxtil e plástico mudaram-se para o vizinho Paraguai a fim de escapar dos altos impostos brasileiros.

Desta maneira, a popularidade da presidente Dilma caía, na mesma proporção que ela não era capaz de articular alianças entre seu partido e seus aliados.

Segue-se, então, o processo que culmina com o impeachment de Dilma Rousseff.

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Juliana Bezerra
Juliana Bezerra
Bacharelada e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações Internacionais, pelo Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela Universidade de Alcalá, Espanha.