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Concílio de Trento

Juliana Bezerra
Juliana Bezerra
Professora de História

O Concílio de Trento foi realizado na cidade de Trento, na Itália, entre 1545 e 1563.

Neste Concílio foram reafirmados os dogmas de fé questionados pelos protestantes como os sete sacramentos, a autoridade papal, a salvação pelas obras, o culto aos santo, e muitos outros.

Foi o 19º Concílio Ecumênico da Igreja Católica, considerado o mais longo e que promulgou a maior quantidade de decretos dogmáticos na história.

Principais causas do Concílio de Trento

A principal causa do Concílio de Trento foi a expansão da Reforma Protestante durante o século XVI. Convocado pelo Papa Paulo III (1534-1549), o Concílio buscava reformular a disciplina eclesiástica e reafirmar dogmas da doutrina católica que haviam sido contestados pelos protestantes.

A igreja Católica, através dessa reunião, buscava adaptar a Igreja aos tempos modernos, às ideias humanistas e à centralização monárquica que acontecia na Europa do século XVI.

Por este motivo, ficou conhecido como o “Concílio da Contrarreforma”. Este termo, "Contrarreforma", já não é utilizado por muitos historiadores, pois reduz a visão sobre as mudanças doutrinárias ocorridas nesta época. Agora, se prefere chamá-la de “Reforma Católica”.

Neste momento surgem no qual novas ordens religiosas, como jesuítas e vicentinos, se reestrutura as comunidades já existentes (ex. carmelitas), dentro do espírito do Humanismo que se vivia.

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Principais características do Concílio de Trento

Um concílio é um ato ecumênico (religioso) no qual comparecem os emissários máximos da Igreja Católica.

O Concílio de Trento foi a resposta da Igreja Católica ao humanismo católico de pensadores como Thomas Morus ou Erasmo de Roterdã, mas também à Reforma Protestante.

A Reforma Católica já havia sido iniciada com a criação da Companhia de Jesus em 1540, para a evangelização da Europa, Ásia e Américas. Os jesuítas, como ficaram conhecidos, fundaram escolas, universidades e desenvolveram uma nova espiritualidade, a inaciana.

Decisões do Concílio de Trento

Através das decisões do Concílio, realizado em 25 sessões plenárias, a Igreja Católica conseguiu se renovar e manter-se pelos séculos seguintes.

Assim, a Igreja Católica reafirmou sobre a exclusividade do direito de interpretar as Escrituras, reafirmou a doutrina da transubstanciação; dos sete sacramentos, a doutrina da graça e do pecado original. Ainda confirmou o celibato clerical e o culto dos santos, das relíquias e das imagens. Definiu o pecado original a indissolubilidade do matrimônio.

Além disso, impôs o ritual da missa romana e revogou as peculiaridades locais das celebrações religiosas. Instituiu o “Index Librorum Prohibitorum” (lista de livros proibidos pela Igreja Católica) válido para toda a Igreja.

Em relação ao clero, foram criados os seminários, estabeleceu a obrigação dos bispos de morarem nas suas dioceses, proibiu a venda de cargos eclesiásticos e tomou medidas para evitar a comercialização de indulgências.

Cronologia do Concílio de Trento

O Concílio de Trento foi interrompido diversas vezes devido às divergências políticas e religiosas causadas pela divisão da Alemanha após a Reforma Protestante. Igualmente, as sessões foram suspendidas devido à morte dos papas Paulo III e Júlio III, bem como pela entronização de Pio IV que terminou o Concílio.

Assim, o 1º Período (1545-1548) do Concílio de Trento teve 10 sessões, realizadas a partir de 13 de dezembro de 1545, quando compareceram 4 arcebispos, 21 bispos e 5 clérigos superiores de outras ordens religiosas. Posteriormente, em 1547, a reunião foi transferida para Bolonha; contudo, Júlio III (1550-1555), mudou a sede do Concílio para Trento novamente em 1550.

Por sua vez, o 2º Período (1551-1552) contou com 6 sessões e iniciou-se em 1º de maio de 1551.

O 3º Período (1562-1563) foi realizado em 9 sessões, com início em 18 de janeiro de 1562, para concluir as últimas pendências religiosas e foi convocado pelo Papa Pio IV.

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Referências Bibliográficas

Delumeau, Jean - La Reforma. Col.Nueva Clio - la historia y sus problemas. Barcelona. Editorial Labor: 1985.

Pierrad, Pierre - História da Igreja. São Paulo. Editora Paulus: 1997.

Juliana Bezerra
Juliana Bezerra
Bacharelada e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações Internacionais, pelo Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela Universidade de Alcalá, Espanha.