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Caatinga

Caatinga é um bioma exclusivamente brasileiro, de clima semiárido, vegetação com pouca folhas e adaptadas para os períodos de secas, além de grande biodiversidade.

Esse bioma é encontrado em áreas do Nordeste do Brasil, nos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e parte de Minas Gerais. Toda essa área abrange cerca de 844 mil km2, ou seja, 11% do território brasileiro.

O nome Caatinga significa, em tupi-guarani, "mata branca". Esse nome faz referência à cor predominante da vegetação durante a estação de seca, onde quase todas as plantas perdem as folhas para diminuir a transpiração e evitar a perda de água armazenada. No inverno, devido à ocorrência de chuva, as folhas verdes e as flores voltam a brotar.

Apesar de sua importância, 40 mil km2 (aproximadamente 14% de sua área original) foram transformados pelo uso antrópico. E apenas 11% da Caatinga mantém a cobertura florestal densa original. As alterações são feitas pelo desmatamento para uso da madeira como lenha e agropecuária extensiva. Além disso, há o uso inadequado do solo que gera desertificação.

Vegetação

Paisagem com vegetação da Caatinga
Vegetação típica da Caatinga

A vegetação da Caatinga é adaptada à aridez do solo e à escassez de água da região. Dependendo das condições naturais das áreas em que se encontram, apresentam diferentes características.

Quando as condições de umidade do solo são mais favoráveis, a Caatinga se assemelha à mata. Podem ser encontradas árvores como o juazeiro, também conhecido por joá, ou laranjeira do vaqueiro, a aroeira e a baraúna.

Nas áreas mais secas, de solo raso e pedregoso, a Caatinga se reduz a arbustos e plantas tortuosas, mais baixas, deixando o solo parcialmente descoberto.

Nas regiões mais secas aparecem também plantas cactáceas. Por exemplo, o facheiro, o mandacaru, o xique-xique, que servem de alimento para os animais, na época de seca, e as bromeliáceas (macambira).

Algumas palmeiras e o juazeiro, que possuem raízes bem profundas para absorver água do solo, não perdem as folhas.

Outras plantas possuem um mecanismo fisiológico, o xeromorfismo, produção de uma cera que reveste suas folhas que faz que percam menos água na transpiração. Um exemplo é a carnaubeira, denominada "árvore da vida" ou árvore da providência, pois tudo dela se aproveita.

A maioria das espécies tem espinhos, o que leva o vaqueiro da região a usar roupa de couro, para sua proteção.

Fauna

Duas ararinhas-azuis com bicos unidos em cima do galho de uma ávore
A ararinha-azul é uma ave símbolo da Caatinga

A Caatinga abriga um grande número de espécies da fauna brasileira. Entre eles, a cutia, o gambá, o preá, o veado-catingueiro, o tatu-peba, gatos selvagens, a asa branca, e uma variedade de insetos, que exercem grande importância para o bioma.

Entre as espécies que habitam o bioma e estão ameaçadas de extinção podem ser citadas a ararinha azul, o tamanduá-bandeira, o tatu-canastra, o cachorro do mato, a águia-cinzenta, o lobo-guará, entre outras.

Ameaças

Como em muitos outros biomas, a Caatinga também sofre com uma série de ameaças que comprometem a conservação da sua biodiversidade. Uma delas é o tráfico de animais.

Dentre as principais ações responsáveis pela destruição da Caatinga estão: desmatamento, queimadas, exploração dos recursos naturais e mudanças no uso do solo.

A Caatinga é o bioma brasileiro que mais depende da exploração de madeira para geração de energia. Isso acontece porque a maior parte da população rural utiliza lenha para cozinhar. Além disso, a pequena indústria local também utiliza a lenha em seus fornos. Aproximadamente 30% da energia usada no Nordeste vem da biomassa de lenha da Caatinga.

A pecuária é outro fator que contribui para a degradação do bioma. Pastagens de caprinos, ovinos e bovinos super pastoreiam o solo, ou seja, há excesso de animais em áreas pequenas. Esse processo facilita a erosão e o empobrecimento do terreno.

Na agricultura o principal problema é o plantio sem técnicas de conservação do solo.

As mudanças climáticas também são preocupantes, especialmente em uma área vulnerável como o semiárido brasileiro.

Esses fatores promovem o processo de desertificação, que é o empobrecimento total do solo, chegando ao ponto de torná-lo estéril, ou seja, completamente sem vida.

Os órgãos ambientais do setor federal estimam que mais de 46% da área da Caatinga já foi desmatada. Vale ressaltar que muitas espécies são endêmicas desse bioma, ou seja, ocorrem apenas lá. Por isso, uma das formas de evitar o desaparecimento das espécies é criar novas unidades de conservação na área.

Unidades de Conservação

Atualmente a Caatinga possui mais de 200 Unidades de Conservação em seu território. Elas cobrem aproximadamente 9% da área. Apenas 1% está em Área de Proteção Integral e 6% em unidades de uso sustentável.

Algumas das principais Unidades de Conservação são o Parque Nacional do Catimbau, em Pernambuco, o Parque Nacional da Serra do Teixeira, na Paraíba, a Floresta Nacional do Açu, no Rio Grande do Norte, dentre outros.

As principais dificuldades que essas unidades enfrentam são a falta de conectividade entre as áreas protegidas. Isso prejudica a circulação da fauna e dos serviços ecossistêmicos. Além disso, a infraestrutura dos parques e unidades recebe poucos investimentos para recursos, pessoas e monitoramento.

Curiosidade

O "Dia da Caatinga" é comemorado desde 2003, no dia 28 de abril. Essa data representa o nascimento do ecólogo João Vasconcelos Sobrinho (1908-1989), pioneiro nos estudos do bioma.

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Referências Bibliográficas

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente (MMA). Mapa das Unidades de Conservação do Brasil. Disponível em: https://antigo.mma.gov.br/estruturas/203/_arquivos/mapa_das_ucs.pdf. Acesso em: 20 ago. 2025.

WCS BRASIL. Projeto Caatinga. 2024. Disponível em: https://brasil.wcs.org/pt-br/lugares-naturais/projeto-caatinga.aspx. Acesso em: 20 ago. 2025.