🚀 Turbine seus estudos com 47% OFF no Toda Matéria+

Breaking: o que é, movimentos e história da modalidade

Maurício Facchini
Maurício Facchini
Professor de Educação Física

Breaking é uma dança em que se realiza manobras acrobáticas improvisadas ao ritmo da música tocada. Entre as manobras realizadas, há uma conjugação de giros, cambalhotas e paradas de mão (como plantar bananeira, por exemplo). Desse modo, o breaking é uma modalidade exigente, que requer muito treinamento e excelente condição física.

As apresentações dos dançarinos, que podem ser individuais ou em grupos, são avaliadas por um júri, que considera técnica, variedade, consistência, equilíbrio, musicalidade e criatividade na realização das combinações dos movimentos.

Os dançarinos do breaking são chamados de b-boys e b-girls, termos que foram encurtados do original break-boys e break-girls. Além disso, eles costumam usar nomes artísticos, como, por exemplo, Fabiano Lopes, campeão mundial de breaking que é conhecido como B-boy Neguin.

Um dos maiores eventos mundiais de breaking é o Red Bull BC One. Nesse evento, as apresentações, chamadas de batalhas, consistem em 3 rodadas com cerca de 30 a 60 segundos de duração cada. Nas batalhas, dois dançarinos se enfrentam simultaneamente em um ringue.

Eles são avaliados por um júri composto por 5 elementos, sendo que o vencedor de cada rodada, passa para a rodada seguinte.

Durante as batalhas, os dançarinos podem fazer gestos, sinalizando alguns comportamentos dos concorrentes aos juízes, tal como a chamada “mordida” ou mostrar vários dedos.

O sinal de “mordida” sinaliza que o outro dançarino pode estar copiando os movimentos do dançarino concorrente. A imitação é muito mal vista entre b-boys e b-girls, afinal a criatividade e improviso são essenciais no breaking.

O sinal de vários dedos sinaliza que o dançarino concorrente está repetindo um movimento feito na rodada anterior. Esse gesto ajuda os juízes a perceberem o que aconteceu, porque nem sempre é perceptível.

Movimentos do breaking

A combinação dos movimentos do breaking tem como base os seguintes fundamentos: toprock, footwork, freeze e powermoves.

O toprock é o primeiro fundamento, geralmente uma sequência de passos realizados em pé, antes de iniciar os movimentos que serão realizados no chão.

homem fazendo movimento do breaking chamado de toprock em calçada sem pessoas passando

O footwork é o segundo fundamento, realizado quando o atleta já está no solo e utiliza as mãos e o solo para dar suporte para as pernas e quadris, realizando diversos movimentos livres e rítmicos. Ele é o único movimento exclusivo do breaking.

footwork_movimento do breaking

O freeze é um movimento em que o dançarino “congela”, geralmente feito em um momento dramático da música ou para encerrar uma sequência. Nesse sentido, ele é realizado para que todos tenham a oportunidade de captá-lo por ser um movimento único e excepcional.

freeze_movimento do breaking

O powermove é um ou uma série de movimentos mais dinâmicos e contagiantes, apresentados com bastante energia.

powermove_movimento do breaking

História do breaking

O breaking foi criado por afroamericanos, latinos e imigrantes. Ele surgiu no bairro do Bronx, na cidade de Nova York, nos Estados Unidos, na década de 70.

A dança foi uma forma de reduzir a violência entre os jovens que se reuniam para mostrar uns aos outros os movimentos de dança que tinham inventado. Cada um com seu estilo, incorporava novos elementos à dança, impressionando os espectadores que, assim, criavam novos movimentos.

Essas apresentações ganharam o nome de batalhas. De seguida, começou a ser praticada em festas que deram origem à cultura hip-hop, onde a presença do MC (mestre de cerimônia) era muito importante.

Esse estilo de dança chegou ao Brasil na década de 80. Inicialmente, as apresentações de breaking começaram em frente à estação São Bento do Metrô de São Paulo, antes de se espalhar por todo o país.

Na década de 90 começaram a se realizar competições internacionais, tornando o estilo de dança urbana conhecido.

Considerando a realização dos movimentos acrobáticos, o breaking chamou a atenção do Comitê Olímpico Internacional (COI), que adicionou a modalidade aos Jogos Olímpicos da Juventude de 2018 em Buenos Aires. Em 2024, o breaking estreia nos Jogos Olímpicos de Paris com 32 atletas, 16 b-boys e 16 b-girls.

De acordo com Caldas (2022), a dança ajuda as crianças a desenvolverem consciência corporal e promove relações sociais. Além disso, a dança pode desenvolver outras capacidades e habilidades, como coordenação motora, ritmo e criatividade. Dessa forma, o breaking pode ser ensinado na Educação Física escolar a partir dos anos iniciais, 5º ou 6º ano, através dos movimentos corporais da dança, que estimulam a criatividade e consciência corporal (anos iniciais), assim como força, equilíbrio e coordenação motora (anos fundamentais e finais).

Leia também:

Referências Bibliográficas

Breaking. História. Comitê Olímpico do Brasil. Documento acessado em julho de 2024, disponível em: https://www.cob.org.br/pt/cob/time-brasil/esportes/breaking/

Caldas, I. T. A Dança e Suas Expressões: A gamificação como ferramenta pedagógica na Educação Física escolar. Revista Excellence. 2022.

Maurício Facchini
Maurício Facchini
Graduado em Educação Física pela Universidade do Vale do Taquari e mestrando na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.